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Enviada em: 16/10/2017

Contrariamente ao que visou a redemocratização brasileira de 1985, a intolerância e o discurso de ódio nas redes sociais ainda é um grande problema, desse modo, ameaçando a sobrevivência de uma nação pensada para o progresso. Nesse contexto, deve-se analisar como o individualismo dos internautas e a insuficiente fiscalização cibernética influenciam na perpetuação da questão exposta.       Em sua teoria sobre Modernidade Líquida, o sociólogo Zygmunt Bauman considerou as relações sociais da modernidade como artificiais e fluidas, ou seja, individualistas. De maneira análoga, o individualismo dos usuários de redes sociais faz com que a intolerância acentue-se, uma vez que o ódio é exposto de modo inconsequente e justificado erroneamente como liberdade de expressão. Com isso, a dignidade das minorias vítimas dessa opressão é profundamente afetada.        Por outro lado, mesmo com o desenvolvimento de aplicativos, como o "Monitor de Direitos Humanos", criado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o problema está longe de ser resolvido. Sob esse ângulo, os números de intolerância - principalmente o racismo - são alarmantes, onde noventa e sete por cento de menções nas redes são de caráter negativo, segundo o Site Comunica Que Muda. Atrelado a isso, a possibilidade do anonimato torna as fiscalizações insuficientes. Por consequência, os ofensores veem-se impunes e desimpedidos para infringir mais leis e disseminar hostilidade.        Está exposto, portanto, a necessidade de medidas que resolvam o impasse. É interessante a parceria de escola e família a fim de agregar na formação de cidadãos conscientes, que respeitem a alteridade e façam uso responsável da internet, por meio de reuniões e debates com o apoio de especialistas. Além do mais, que o Governo conceda subsídios a órgãos responsáveis no intuito de intensificar as fiscalizações cibernéticas, com uso de aplicativos que avaliem e denunciem os crimes e, caso necessário, punir os infratores com indenizações e restrições nas redes.