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Enviada em: 17/10/2017

Um dos desdobramentos da revolução tecnocientífica, iniciada em 1970, foi a popularização das redes sociais. Nesse contexto, as manifestações de intolerância e os discursos de ódio foram ampliados tendo a sua disposição um meio de comunicação que possibilita um anonimato, responsável por dificultar a efetivação de denúncias e, assim, o combate a tais práticas. Deste modo, é imperativo que a coletividade coatue com o poder público no sentido de erradicar tal problemática.        Os posicionamentos discriminatórios aumentaram com o advento da internet, visto que as redes sociais facilitam o anonimato. Prova disso, é que uma rápida procura em redes sociais como o "Twitter", o "Facebook", permite identificar mensagens com conteúdos que evidenciam intolerâncias étnico-racial, sexual e religiosa. Isso ocorre porque preconceituosos, ao utilizar perfis falsos ou outras estratégias capazes de omitir suas reais identidades, acreditam que ficarão impunes e passam a difundir ofensas sem preocupar-se com as consequências de suas ações. Logo, o anonimato da rede, se utilizado mal intencionadamente, favorece a impunidade e, com isso, a continuidade do aumento destacado.       Nesse contexto de impunidade, muitos indivíduos insultados acabam não denunciando para as autoridades às discriminações sofridas, realidade ainda intensificada pela restrita divulgação de  esclarecimentos acerca de como realizar os processos de denúncia. Isso se justifica, sobretudo, porque a real motivação e intenção de quem denuncia é punir os indivíduos preconceituosos e, dessa forma, o número de denúncias é proporcional ao de punições. No entanto, um outro fator que dificulta a maximização de denúncias é o desconhecimento, por uma parcela significativa das vítimas, de "como" e "para quem" realizar as mesmas. Desta maneira, a efetivação de denúncias, imprescindível para coibir os casos de intolerância nas redes sociais, está limitada por uma ações ineficientes do estado.            Combater o uso mal intencionado do anonimato assegurado pela rede e incentivar a realização de denúncias são, portanto, os desafios que devem ser enfrentados a fim de inibir postagens intolerantes ou que expressem ódio. Para tanto, faz-se imprescindível que os analistas de sistemas e os engenheiros da computação, com incentivo financeiro da União, desenvolvam, por meio de pesquisas, "softwares" de computadores capazes de contornar o anonimato e identificar os protagonistas das discriminações. Ademais, cabe ao Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, em parceria com ONG's que militam nessa causa, tornar claro os meios nos quais as denúncias podem ser efetivadas, por meio de propagandas, visando incentivar a realização das mesmas. Somada a essa medida e com o mesmo intuito, faz-se necessário que o poder judiciário julgue e atribua punições aos indivíduos que forem de encontro à diversidade.