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Enviada em: 20/10/2017

Sartre, ao analisar a relação do homem com o mundo, afirmou que a existência precede a essência, isto é, o ser humano é livre e responsável para escolher seu modo de ser e agir. Por conseguinte, os recentes casos de intolerância e discurso de ódio veiculado nas redes sociais refletem essa realidade, uma vez que, a atual disseminação de doutrinas inspiradas no fascismo alemão potencializa-se no anonimato possível de ser adquirido nos ambientes virtuais.       Inicialmente, é preciso lembrar que o neonazismo é uma doutrina totalitária que postula a eliminação de segmentos sociais considerados inferiores. Essa afirmação retoma a Alemanha nazista que, para se estabelecer como potência na Europa, cometeu uma série de genocídios contra os judeus tendo como justificativa a suposta superioridade ariana. Nesse ínterim, as redes sociais tornaram-se os atuais campos de concentração onde grupos sociais vulneráveis, como os LGBT, sofrem, cotidianamente, variadas formas de violação de direitos.       Além disso, o anonimato, adquirido através dos falsos perfis nos ambientes virtuais, estimula, indubitavelmente, a disseminação do ódio. Essa característica das redes sociais produz uma sensação de impunidade o que, por sua vez, motiva as pessoas a escreverem comentários inflamados por acreditarem que jamais serão identificados e alcançados pela justiça. Por isso, é preciso estabelecer limites claros que diferenciem a liberdade de expressão da ameaça premente das falácias doutrinárias.       A intolerância e o discurso de ódio nas redes sociais derivam, portanto, de doutrinas extremistas e da sensação difusa de impunidade. Para que esse problema seja solucionado, cabe aos governantes, por meio de lei específica, estabelecer a criação de órgãos especiais de combate à intolerância capazes de identificar postagens com conteúdo ofensivo e aplicar punições severas. Outrossim, compete aos administradores de sites de relacionamentos, a advertência prévia e o banimento definitivo de usuários propagadores de mensagens intolerantes e discriminatórias.