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Enviada em: 17/10/2017

Com o intuito de aproximar as relações interpessoais e tornar qualquer pessoa com acesso à internet hábil de conectar-se com outro indivíduo de diferentes regiões do mundo, popularizaram-se as redes sociais. No entanto, observa-se que, nos últimos anos, essa redes tornaram-se palco de agressões verbais violentas, onde parte dos internautas munidos de certo anonimato sentem-se à vontade para exercer discursos de intolerância e ódio. Esse fenômeno ocorre não só por conta da falta de uma legislação mais clara para lidar com os crimes cibernéticos em geral, como também pela mentalidade degradante de parcela da sociedade, transferida do mundo real para a internet.       Como já foi dito, a internet, por ser um campo de comunicação extremamente recente, ainda não possui um código de leis que abrange totalmente as possibilidades que podem ser observadas nas plataformas digitais. Por conta disso, é gerada uma sensação de "terra sem lei'' e uma impunidade a quem pratica agressões verbais contra outros navegadores. Sem nenhuma punição, a frequência de manifestações de intolerância aumenta e o ambiente digital torna-se cada vez mais hostil. Isso é notado quando dados do site "Comunica que muda" são analisados, onde observa-se que de cada dez menções sobre religião, nove são de cunho ofensivo.       Nesse sentido, a própria mentalidade degradante notada em parte da população é o fator que mais corrobora para o aumento do discurso de ódio nas redes sociais. Tendo em vista que, a internet apenas reflete o comportamento do público que dela utiliza, porém, com a adição de certo anonimato, fica claro que o verdadeiro problema está na sociedade do "mundo real". Dessa forma, o indivíduo que faz uso das redes sociais não necessariamente se transforma quando entra no mundo digital, pelo contrário, ele apenas passa a dispor de ferramentas que o permite expressar-se mais, e por consequência, expressar também seus pensamentos intolerantes.       Com o objetivo de erradicar o discurso de ódio e manifestações de intolerância nas redes sociais, é necessário, portanto, que órgãos do Sistema Judiciário Brasileiro mantenham e incluam leis que previnam e punam eficientemente as manifestações pejorativas na internet, porém, preservando a liberdade de expressão. Desse modo, a população ficará mais alerta e evitará a utilização de uma linguagem ofensiva também no campo digital. Além disso, o Ministério da Comunicação deve promover e divulgar nas mídias campanhas que incentivem uma comunicação mais saudável entre os internautas, fazendo com que mais pessoas se conscientizem e busquem criar um ambiente online mais amigável. Por fim, as secretarias de educação podem realizar palestras sobre os danos da intolerância, prevenindo os estudantes de adotarem uma comunicação violenta no mundo real e digital.