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Enviada em: 21/10/2017

Ao contrário da democracia racial defendida por Gilberto Feyre, a arena das redes sociais tem dado voz e visibilidade aos preconceitos mais recônditos que ainda existem nas sociedades. A fluidez das relações contemporâneas, defendidas por Zygmunt Bauman associadas a falta de impunidade  influenciam na onda crescente de racismo, homofobia e misoginia no meio virtual.   A lógica capitalista tornou as relações sociais completamente artificiais e fluídas. O egocentrismo e o individualismo, comuns na pós modernidade, fez com que o homem parasse de ver o outro como ser humano e passasse a trata-lo como algo completamente descartável e substituível. As consequências de tal prática podem ser vistas com êxito nos comentários e "posts" de usuários virtuais, que usam do meio para disseminar preconceitos e intolerâncias para com qualquer indivíduo que foge do padrão imposto pelos próprios. Como o caso de Maria Julia Coutinho, jornalista da rede globo, que em 2015 foi vítima de comentários que feriam o direito da isonomia defendida pela Constituição Federal.   Em segundo plano, a dificuldade e a ineficácia em punir os infratores, fazem com que os usuários ganhem apoio nas suas manifestações de ódio e de discriminação nas esferas sociais. Apesar de ter sido criado um grupo, pela Secretária de Direitos Humanos, para monitorar e mapear crimes contra os direitos humanos na internet, a frouxidão dos administradores em excluir os conteúdos denunciados, e a ideia de preservar pela privacidade dos autores tem sido crucial para a extinção das práticas no meio virtual, sendo necessárias intervenções como a da Alemanha, que prometeu processar o facebook e as outras redes que tardarem em excluir conteúdos impróprios postados.    Destarte, é indedutível que os discursos de ódio nas redes sociais necessitam, urgentemente, de punições cada vez mais severas antecedentes á mudanças de pensamentos da sociedade. Para tanto, é mister o papel do Ministério da Educação em ação conjunta ao Ministério da Cultura para a proliferação de propagandas que visem o respeito e a coletividade entre os cidadãos, a fim de que a ideia de individualidade assim como a fluidez das relações atuais sejam cada vez mais rompidas, visando a empatia entre os indivíduos e diminuindo as manifestações intolerantes em todos os âmbitos. Ademais, é de cunho do Governo em parceria aos três poderes, criar mais leis que visem o respeito principalmente, na internet, além de melhorar a eficácia nas investigações dos crimes virtuais, para que a impunidade não seja motivo para os agressores ampliarem seus preconceitos e a falta de discernimento para mais indivíduos. Diante de tal conjuntura, os discursos de ódio serão cada vez mais raros, e o princípio da isonomia mais respeitado na sociedade brasileira.