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Enviada em: 24/10/2017

A revolução técnico-científica do século XX inaugurou a era da informação e possibilitou a disseminação de opiniões de cunho intolerante através das redes sociais. Nesse âmbito, pode-se analisar que sites de entretenimento são utilizados, por muitas vezes, como ferramenta para potencializar discursos de ódio e compartilhar idéias prontas. Esse quadro de intolerância persiste por ter raízes históricas e ideológicas dando origem a uma sociedade alienada e truculenta.      É importante enfatizar que o discurso de ódio não começa nas páginas da web, mas sim na sociedade a partir de intolerância às diferenças. É relevante abordar que após a Segunda Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha nazista que tinha como propósito exterminar grupos indesejáveis, surge a preocupação de conter idéias que se baseavam em excluir as minorias. No entanto, ainda são vistas publicações nas redes sociais para objetificar uma pessoa ou grupo de pessoas com conteúdos racistas, misóginos, xenofóbicos, neonazistas, entre outras formas de preconceito que por vezes são disfarçados de "piadas" que são curtidas e compartilhadas por muitos internautas. Por conseguinte, tal realidade demostra o quanto a atuação da internet amplifica esse ódio e promove impactos negativos na sociedade.           As redes sociais, como meio de ativismo, têm influenciado não somente comentários sistemáticos em relação aos grupos minoritários, mas também publicações para induzir a justiça com as próprias mãos, ou seja, influenciar o indivíduo a voltar ao estado de selvageria regido pela lei de Talião "Dente por dente, olho por olho". Um exemplo dessa prática nefasta é o fato ocorrido em São Bernardo do Campo, em que um tatuador foi preso por tortura após escrever "Eu sou ladrão e vacilão" na testa de adolescente que tentava roubar uma bicicleta, sendo este comportamento compartilhado e apoiado por inúmeras pessoas nas redes sociais. Diante disso, fica claro que a falta de posicionamento de variados assuntos por parte da sociedade aumenta o poder de disseminação de informações intolerantes.                   Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas dificultam a erradicação de discursos de ódio. Para esse fim, é necessário que o Ministério da Educação invista em palestras ministradas por pedagogos e sociólogos para discutir sobre a diversidade que uma sociedade é constituída, a fim de propagar respeito desde a infância. É preciso, também, que o poder Judiciário em ação conjunta ao Legislativo, aprove leis que visem a criminalização do discurso de ódio nas redes sociais, com o objetivo de punir aqueles que ferem a liberdade do outro. Outras medidas devem ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde: "O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação."