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Enviada em: 24/10/2017

Na Literatura e na Sociologia, o brasileiro sempre foi tratado como cordial e hospitaleiro, mas não é isso que acontece nas redes sociais: a democracia racial publicada por Gilberto Freyre passa longe do que acontece diariamente nas comunidades virtuais. No que tange a isso, verifica-se problemática do discurso de ódio, ligada à sociedade, seja pela invisibilidade que a internet promove, seja pela discriminação vivida pelas minorias. Diante disso, essa questão deve ser vista como um ato criminoso.  É importante pontuar, de inicio, que por trás das telas, as pessoas se escondem e isso encoraja-as promover discursos discriminadores. No ano de 2014, foi imposta a lei do Marco Civil da Internet, a qual regula o uso dela no país por meio da previsão de garantias, direitos e deveres para quem usa a rede. Assim, a lei foi criada com intuito de reduzir essa invisibilidade, pois por não estarem presentes fisicamente, cara a cara, isso acaba incitando as pessoas a discursarem frases que, muitas vezes, não teriam coragem de falar pessoalmente. Dessa maneira, a lei deve ser vista como um ótimo começo para reduzir esse fenônemo, malgrado ainda necessitar medidas para fomentar concomitantemente.  Outrossim, destaca-se que, com o avanço da tecnologia, a perpetuação do ódio teve sua área de atuação aumentada, causando sérios problemas para as minorias. Em 2012, uma estudante da Universidade de São Paulo publicou em suas redes sociais frases que desejava a morte de nordestinos, alegando que eles não eram gente. Ao analisar a comunidade virtual, percebe-se que essa notícia é apenas uma de várias, em que muitas nem veiculadas são, mostrando que é necessária a promoção de medidas que minimizem esses fatos, pois, segundo Pierre Bordieu, a violação dos Direitos Humanos não está somente no embate físico, o desrespeito está sobretudo na perpetuação de preconceitos que atentam contra a dignidade da pessoa humana ou de grupos sociais.  Entende-se, portanto, que é substancial a ação conjunta do poder Legislativo e de escolas a fim de atenuar tal adversidade. Cabe ao poder Legislativo o ajuste em leis, por meio de mudanças -as quais torne as punições mais severas aos autores-, com intuito de reduzir a invisibilidade dada pela internet. Ademais, as escolas devem incentivar os alunos a denunciarem casos de discriminação nas redes sociais, através da promoção de cartilhas -as quais informam telefone e endereço mais próximo de delegacias especializadas-, com vistas a aumentar o número de denunciais e punições. Dessa forma, esse entrave será certamente mitigado no país.