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Enviada em: 26/10/2017

A Declaração Universal de Direitos Humanos busca garantir a base do respeito à dignidade humana. Indo de encontro a isso, os episódios de discurso de ódio nas redes sociais estão cada vez mais frequentes, representando um entrave para a concretização de tais preceitos. Isso se agrava tanto pela sensação de impunidade do agressor quanto pela efemeridade das relações do mundo contemporâneo.       Em primeiro plano, vale ressaltar que a pouca ou nenhuma impunidade sofrida pelo agressor perpetua e agrava o discurso de ódio. Isso porque o usuário se sente mais potente, como se a internet fosse um mundo sem lei e as ofensas fossem permitidas, como diz o psicólogo Rodrigo Nejm, da ONG SaferNet. A exemplo disso, de acordo com a mesma ONG, cerca de 84% das menções, no Brasil, sobre temas como racismo, política e homofobia nas redes sociais são negativas e preconceituosas.        De outra parte, a modernidade líquida de Zygmunt Bauman contribui para essas agressões verbais no meio virtual. Partindo do princípio que as relações pessoais estão cada vez mais efêmeras - ideia defendida pelo sociólogo -, pode-se concluir que os provocadores não possuem a empatia necessária para evitar esses ataques cibernéticos. Nessa perspectiva,  práticas cotidianas e, às vezes, aparentemente inofensivas, como curtidas e compartilhamento de postagens relacionadas ao “cyberbullying”, por exemplo, são extremamente prejudiciais, já que as vítimas acabam acreditando em suas inferioridades.       Diante dos fatos supracitados, nota-se que os discursos de ódio nas redes sociais são nocivos e precisam ser combatidos. Para tal, o Ministério da Justiça deve aumentar a fiscalização dos crimes cibernéticos, por meio da criação de delegacias e centros de investigação especializados em tais crimes, e que sejam, acima de tudo, eficientes,  a fim de minimizar ao máximo o número de vítimas e conseguir fiscalizar com mais rapidez os criminosos virtuais.