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Enviada em: 03/11/2017

De acordo com Zygmunt Bauman, sociólogo polônes, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da "liquidez moderna" vivida no século XXI. Nesse contexto, os discursos com tons preconceituosos emanados pelas redes sociais oriundos da sensação de impunidade do infrator, bem como dos fatores intrínsecos humanos, são reflexos negativos dessa realidade.           A princípio, o problema reside na percepção da falta de punibilidade dos crimes cometidos pela rede mundial de computadores. Sob essa conjectura, a grande parcela da população delituosa faz o uso das mídias e redes sociais para proferirem discursos de ódio e intolerância pela possibilidade de um "falso anonimato". Entretanto, essa relação de anonimato não está presente na internet, pois segundo Hélio Bressan, especialista em segurança da informação, todas as movimentações em redes sociais deixam o número de "IP"( Registro do Aparelho) como prova de quem fez o uso naquele instante. Tal fato, mostra ser possível a identificação do criminoso virtual, desde que a polícia investigativa apure com rigor e eficiência o ato infracional.          Outro fator preocupante está diretamente relacionado com as características psicológicas humanas. Nesse aspecto, a concepção freudiana afirma que o distanciamento das barreiras morais e éticas favorecem o afloramento das manifestações humanas irracionais e animalescas. Desse modo, de maneira análoga ao psicanalista, surge uma das causas dos crimes de ódio vinculados pela internet. Destarte, o distanciamento e o anonimato do agressor favorece a produção e disseminação de ódio, pois o mesmo representa uma das formas de comportamento humano, quando longe das normas e dos dispositivos legais. Dessa maneira, fica evidente a relação entre o comportamento negativo humano frente à ausência de barreiras jurisdicionais.          O combate à liquidez citada anteriomente, a fim de conter o avanço dos crimes de ódio e intolerância na rede mundial de computadores, deve tornar-se efetivo, uma vez que representa um retrocesso social. Desse modo, é preciso que os Governos Estaduais disponibilizem,pelo menos, uma Delegacia Contra Crimes Virtuais em cada cidade, com fito na redução da sensação de impunidade. Além disso, urge que a imprensa em parceria com as Prefeituras Municipais, por meio de campanhas e ações educativas, oriente sobre os crimes virtuais e suas respectivas penalidades, com intuito de reduzir os índices dessa infração penal. Assim, com a aplicação de tais medidas, poder-se-á transformar a Internet em um ambiente de paz social mediante o respeito aos preceitos de liberdade de expressão previstos na Constituição Federal de 1988.