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Enviada em: 03/11/2017

Na Veneza, do século XIII, mascáras garantiam o total anonimato a quem as utilizasse, independente de ser indivíduo idôneo ou bandido procurado pela justiça, pois conforme a lei Veneziana apenas representavam personagens. Analogamente, pode-se comparar o atual comportamento das pessoas na internet com àquele apresentado na idade média, uma vez que os usuários das redes sociais se comportam como se vivessem num mundo sem leis, infringindo os direitos constitucionais.    Primeiramente, importante salientar que a evolução dos meios de comunicação aproximou as distâncias físicas e distanciou as relações pessoais, situação esta prevista pelo filósofo Sigmund Baumann, em 1994. Por conseguinte, esse distanciamento aliado à sensação de anonimato beneficia àqueles que se acham no direito de agredir e humilhar a quem não compactua com suas idéias ou ideais. Diante disso, o ambiente virtual está saturado por ideários homofóbicos e misóginos, entre outros.       Por outro lado, o Brasil tratado na literatura do sociólogo Gylberto Freire como o país mais hospitaleiro e cordial, passa ao largo da realidade que acontece diariamente nas comunidades virtuais, na qual prevalecem as demonstrações de ódio e a intolerância à diversidade. Recentemente, nas eleições de 2014, foram criados os grupos dos "coxinhas" e dos "petralhas", de ideologias políticas contrárias, responsáveis por disseminar rancores, ódios e divisão social, pois quem não se identificasse com um, obrigatoriamente, seria taxado como simpatizante do outro e, por consequência, uma nova vítima potencial de ataques gratuitos.      Portanto, as máscaras definitivamente precisam ser removidas, seja por educação social ou por leis punitivas. Logo, compete ao Ministério da Justiça, em parceria com os veículos de comunicação, encaminhar campanhas midiáticas,  esclarecendo os limites da liberdade de expressão em redes sociais, além de encaminhar uma lei que efetivamente tipifique os crimes virtuais, com multas e penalidades aos agressores, com o objetivo de formar uma sociedade que saiba conviver e respeitar as diferenças.