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Enviada em: 02/02/2018

De acordo com o filósofo Immanuel Kant em sua teoria do Imperativo Categórico, o homem deve agir segundo os princípios que deseja que os outros sigam. Nesse sentido, no que concerne à realidade da intolerância e do discurso de ódio nas redes sociais, é incontrovertível a conduta errônea assumida por alguns, facilitada pelo advento da tecnologia da informação e geradora de lamentáveis consequências para o meio social.     Primeiramente, vale salientar que a intransigência humana para com determinados grupos étnico-culturais foi altamente propiciada pelo avanço da tecnologia. O que era feito por meio de canções durante o período medieval - as chamadas cantigas trovadorescas satíricas - evoluiu, e o ato encontra nas redes sociais o ambiente perfeito para disseminação. O meio virtual, além de dispensar o contato "olho a olho", proporciona maior visibilidade ao que nele é inserido, facilitando que conteúdos xenofóbicos, homofóbicos, misóginos, dentre outros, circulem com rapidez.     Assim, tendo em vista a intensidade das práticas, consequências são intrínsecas à situação. Os discursos de ódio gratuitos acabam por ferir os direitos humanos das vítimas, os quais prezam pelo valor e dignidade das pessoas. Ademais das sequelas morais e psicológicas dos agredidos, as atitudes tendem a perpetuar-se no meio, uma vez que, consoante a filósofa Hannah Arendt, a repetição de atos de violência tornam-os, em certo ponto, banais, passando , dessa forma, a serem considerado algo normal.     Sendo assim, para que não cheguem ao ponto de serem banalizados, os discursos violentos nas redes sociais devem ser, gradativamente, eliminados. Para que isso ocorra, é preciso que o governo financie universidades e centros de pesquisa para o desenvolvimento de aparatos de denúncia e mecanismos cada vez mais eficazes na detecção dos atos. Além do mais, é necessário que as escolas eduquem as crianças e adolescentes à não realização de práticas do gênero, através da exposição de situações reais e de dinâmicas que coloquem-nas no lugar de vítimas, pois só assim os valores morais kantianos poderão prevalecer.