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Enviada em: 04/04/2018

O comportamento das pessoas na internet assumiu novos padrões acerca de debates e discussões. A partir da massificação das redes sociais, percebe-se que o compartilhamento constante de opiniões - estas que, muitas vezes, baseiam-se em ideias generalistas e sem fundamento acadêmico - ocasiona em trocas de ofensas, ataques e discurso de ódio. É quase inexistente o debate racional e saudável no ambiente digital. Para Kant, filósofo moderno, "O homem é consequência da educação e da sociedade a qual pertence" e ao se tratar de redes sociais, os usuários são responsáveis por tudo que compartilham e refletem sua formação como cidadãos. No entanto, essa noção de responsabilidade e educação não é partilhada pela maioria. É comum que pessoas assumam perfis falsos para propagarem discurso de ódio e incitar desordem, ou então, grupos extremistas são formados para atacar uma minoria, pessoa ou instituição para fazer valer suas ideias radicais. Poucos são os que tentam debater com esta camada de usuários, e na maioria das vezes, não é possível chegar a uma conclusão ou acordo. O que prevalece é a divisão entre quem concorda e quem discorda, e a possibilidade de conciliação é ignorada. O escudo do aparente anonimato e a sensação de impunidade é o que motiva quem reproduz o discurso de ódio, além do vasto destaque que estes ganham, ocultando quem tenta se defender. Os algoritmos das plataformas online são indicadores de que comportamentos e comentários negativos são mais acessados e compartilhados. Necessita-se, portanto, de uma conduta forte contra o discurso de ódio e todas suas ramificações por parte das redes sociais e seus usuários. E com isto, o Estado pode contribuir com a divulgação de canais de denúncia e incentivar a acusação de intolerância e discriminação. Com as escolas e a mídia, pode-se ensinar o debate saudável e encorajar o aprender e compartilhar o aprendizado, para que todos possam usufruir das redes sociais em harmonia e com tolerância.