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Enviada em: 19/06/2018

A obra intitulada “1984”, de George Orwell, discorre a respeito de uma sociedade na qual as pessoas seguem as ordens de uma maquina tecnológica que observa a todos através de câmeras. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar a respeito do uso de jogos eletrônicos e seu efeito social a partir do momento em que é corroborada uma dicotomia existente entre modernização e limites. Dessa forma, discorrer sobre a temática e seus impactos: eis um desafio à contemporaneidade.     É necessário considerar, antes de tudo, a antecipada fusão do mundo físico com o ilusório. O advento da 4º Revolução Industrial é marcado por um desenvolvimento que reflete na reestruturação das relações dos jovens com o meio tecnológico, principalmente, no que diz respeito ao mundo dos games. Afinal, a expectativa do uso equilibrado da tecnologia em detrimento da realidade do mundo virtual se torna obsoleta no século atual. Pois, o uso abusivo dos videojogos tem suas raízes impostas em hábitos inatos. Tal fato é corroborado ao citar a pesquisa do Ministério da Saúde, onde, 1 em cada 5 jovens têm acesso precoce à internet antes dos 6 anos, dos quais também foram relatados aspectos de vícios.     Convém analisar, também, os impasses observados, muitas vezes, no âmbito da saúde. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, a modernidade líquida é marcada pela efemeridade e fluidez das relações. Não obstante, o conceito de Bauman aplica-se aos sintomas observados em indivíduos que vivem exacerbadamente a realidade do mundo on demand. Assim, com um console de jogos eletrônicos – que, cada vez mais, assume status de necessidade -, a modernização caminha em um sentido retrógrado. Uma vez que aliada aos prejuízos da conexão ininterrupta culminam em falhas psicológicas e físicas. Tais como a ansiedade, transtornos do sono e alimentação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, indivíduos que se restringem ao uso excessivo de aparelhos eletrônicos têm 50% mais chances de desenvolver obesidade e problemas crônicos.     Fica claro, portanto, que para tornar viável uma realidade que demande um tipo de postura mais ponderada, fazem-se necessárias resoluções acerca da problemática. É de suma importância que a família junto com a escola, como agentes socializadores, disseminem a necessidade de uma rotina saudável, regras e limites claros sobre o tempo de atividades online. Também, é crucial o investimento em ações educativas que difundam uma cultura de criticidade, a criação de disciplinas a fim de incentivar a pratica de outros hábitos, como, por exemplo, a leitura, esportes, teatro, cinema. Só assim, com a mobilização de um todo, não haverá uma restrição ao contexto de Orwell.