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Enviada em: 04/05/2019

A juventude atual cresce em um ambiente bastante diferente do que fora até então, o qual vivencia mudanças sociais sem precedentes. Dentre essas mudanças está a inovação científica, evidenciada no uso de aparelhos digitais e das opções de entretenimento que esses oferecem. Desse contexto, destaca-se a predominância dos jogos eletrônicos entre os jovens, o que suscita uma discussão acerca de seus efeitos ao usuário e à sociedade. Nesse sentido, deve-se adotar uma postura de combate ao uso exacerbado e desmedido desses jogos, seja por inibirem o exercício de atitudes pró-sociais nos usuários , seja por implicarem na perda de autonomia do jovem quanto a vivência em sociedade.       No que concerne ao primeiro ponto, vale salientar que a hábito ininterrupto de jogar "on-line" enfraquece os laços empáticos e atrapalha a interação interpessoal dos jovens que fazem usufruto exagerado da tecnologia. A respeito disso, o psicólogo Daniel Goleman, defende que os meios digitais não conferem ao usuário nem um tipo de feedback empático ou emocional, sendo, portanto, uma "linguagem fria". Posto isso, a ausência dessa resposta sensorial, presente nos jogos eletrônicos, inibe a formação de uma inteligência emocional o que, por conseguinte, impossibilita a formação de atitudes pró-sociais. Assim, o uso frenético dos jogos estimula a formação de cidadãos incapazes de se portar coerentemente frente aos conflitos  e situações inerentes à vivência em coletividade.       Já em relação ao segundo ponto, é coerente pensar que a perda de contato físico e direto com outros indivíduos do meio social, dificulta seu processo de socialização. Para elucidar essa questão, vale trazer a tona o conceito de socialização para Émile Durkheim, que defende a socialização como um processo externo de aprendizagem e fixação dos fatos sociais, conferindo ao sujeito autonomia frente às situações e vivencias na sociedade. Visto isso, o isolamento prolongado vivido por usuários da rede, compromete tal aprendizagem e deixa o jovem a par dos comportamentos e normas sociais, implicando, assim, na formação de cidadãos anômalos. Dessa forma, os jogos eletrônicos, quando mal dosados, culminam na falta de autonomia do usuário e em comportamentos desviantes e desregrados.       A par do que foi exposto, cabe refletir em medidas capazes de superar os malefícios que acompanham o uso exacerbado dos jogos eletrônicos. No tocante a isso, é dever das escolas, por fazerem um trabalho complementar ao da família, promoverem uma iniciativa de educação em rede, ou seja, ensino aos estudantes de como se portar frente ao mundo digital, protegendo sua integridade e autonomia. Isso pode ser feito por meio de aulas integradas, palestras com especialistas e práticas em salas de informática, fazendo valer o preparo pessoal e a educação relacional. Tudo isso com o objetivo de salvaguardar o jovem dos perigos da exposição exagerada dos jogos eletrônicos.