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Enviada em: 11/10/2019

Policarpo Quaresma, o patriota de Lima Barreto, em seu "Triste fim", por ser perdidamente apaixonado pela pátria, enxergava o território brasileiro como o melhor lugar para se viver. Entretanto, hodiernamente, se observa a deficiência das medidas na luta contra o consumo desmedido de jogos eletrônicos por jovens, devido não apenas à deturpada mentalidade social, mas também a educação pública deficitária. Talvez, diante disso, ele repensasse cuidadosamente a sua visão.   A princípio, vale ressaltar o conceito da “banalidade do mal”, proposto pela filósofa alemã Hannah Arendt, referente à tolerância, banalização e normalização daquilo que é assumidamente antiético na sociedade. De fato, o consumo prolongado diariamente de jogos eletrônicos, por ser um caso habitual, repetitivo e implícito, produz um conformismo na mente de parcela considerável da população nacional, o qual não só aliena os cidadãos perante ao assunto, bem como oculta a real magnitude do problema.  Além disso, de acordo com o Fundo Monetário Internacional, o Brasil é a nona economia mundial. Apesar do alto potencial econômico, o sistema educacional público ainda não se mostra totalmente eficaz e tem como reflexo a inconsciência de alunos sobre os malefícios dos "games" quando utilizados de forma massiva, visto que, na maioria das vezes, a falta de debate sobre o assunto dentro das instituições de ensino faz com que os jovens se mantenham com vieses estereotipados decorrentes do senso comum favoráveis a essa prática, ou ainda pior, inobservantes quanto a questão. Desse modo, isso propicia o número crescente por parte desse grupo de indivíduos assolados pelo vício em jogos eletrônicos.    Logo, cabe ao Ministério da Educação criar um programa, ministrado por psicólogos, para ser impulsionado nas instituições de ensino, o qual promova palestras, apresentações artísticas e saraus abertos ao público geral acerca da utilização regrada de jogos eletrônicos como não só um mecanismo de diversão, mas também um meio de aprendizado do público jovem, dado que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador, a fim de que, consequentemente, a comunidade escolar e civil se eduquem. Assim, poder-se-á criar um legado condizente ao ufanismo do Policarpo Quaresma.