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Enviada em: 29/04/2019

“O homem nasce livre, e, em toda parte, encontra-se acorrentado” A frase de Rousseau, um dos filósofos que inspiraram a Revolução Francesa, expressa um dos pilares da ideologia dessa revolta -a ânsia por liberdade. Porém, após chegar ao poder, a burguesia, que acabou com formas de opressão e de repressão da sociedade feudal, instaurou um Estado que tem seus próprios meios de repressão.       Por todos os lados, o homem continua sendo "posto a ferros", e essa repressão começa já dentro de casa, na educação fornecida pela família. Em nome de "educar" os filhos, muitas vezes os pais vêem a necessidade de obrigar ou de proibir as crianças de fazerem certas coisas, e acabam recorrendo a medidas coercitivas - os chamados castigos, que podem ser morais ou físicos. Embora seja a própria sociedade e suas exigências que levam a esse comportamento, hipocritamente o Estado tem um discurso contrário aos eventuais abusos cometidos pelos pais, chegando a prever em suas leis a punição para esses abusos.        Na esteira da repercussão do caso Bernardo, surgiu no Brasil a polêmica proposta de lei que pode punir até mesmo palmadas que sejam dadas pelos pais em seus filhos. Esta lei, no artigo 18-b diz: “Os pais ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos às seguintes medidas: advertência, encaminhamento a tratamento psicológico e obrigação a encaminhar a criança a tratamento especializado. ”        Mudanças são necessárias, o modo de criação mudou, porém a maneira como uma criança cresce e se desenvolve não. Deve-se salientar a população que espancamento, é diferente de uma medida de correção que não seja degradante. Em vista dos argumentos apresentados, é importante existir a lei para impedir castigos hediondos com as crianças, mas que fique claro a necessidade de correção para as mesmas. O Estado deve clarear isso à população e inserir programas que ensinem os pais e ajudem a população brasileira a lidar com determinados aspectos. Isso não poderá ser feito repentinamente, entretanto, pode ser acrescentada a mentalidade dessa nação com o desenrolar dos tempos. A educação dos jovens cabe aos seus mentores, porem um guia para seguirem ao caminho certo é importante para a sociedade em si.