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Enviada em: 17/04/2017

Aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará. Essa máxima de Sócrates nunca esteve tão em evidência quanto atualmente. Por analogia, é possível destacar tanto aspectos positivos quanto negativos. Se por um lado, quaisquer formas de violência podem deixar sequelas irreparáveis nas crianças; por outro, a total flexibilização na criação leva os filhos ao extravasamento dos limites impostos pelos pais.    Relativo à rígida educação empregada por séculos, no Brasil, viralizada por meio das expedições catequizadoras portuguesas até meados do século XIX, o infante era criado, de modo a obedecer seus educadores sem questioná-los, visto que, de acordo com alguns livros didáticos oferecidos pelo Mec em 2016, bastava-lhe um olhar gélido do pai para que seu comportamento se revelasse inadequado, passível de punição. Essa afronta causava-lhe não apenas um pânico perante seus ascendentes, mas também, um bloqueio psicológico quanto ao seu livre direito de reflexão.     No entanto, algumas famílias contemporâneas têm optado por uma forma mais maleável de criação, de modo a permitir que seus rebentos optem por destinos, horários e companhias que lhes julgar adequados. Além disso, quando as regras estabelecidas são quebradas, como por exemplo, os horários de retorno a seus lares, pode-se frequentemente observar um perdão da punição, o que leva o adolescente a crer que se permite haver a repetição do erro nas ocasiões seguintes.     Assim sendo, é imprescindível que o Estado e o Ministério da Educação definam claras regras contra o uso da força na orientação, por intermédio de palestras educativas para pais e alunos em escolas, mediante materiais didáticos, a fim de alertá-los sobre seus direitos e deveres quanto ao respeito e dignidade. Outrossim, o uso de algumas formas de intimidação, como constante ameaças verbais, deve ser punido pela Justiça Estadual, para que esses abusos nunca mais ocorram. Todavia, em casos aparentemente insolúveis, o filho agressor deve ser encaminhado de imediato a um terapeuta para que ele possa ser restabelecido à sociedade.