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Enviada em: 04/09/2018

Já dizia o grande poeta Vinicius de Moraes, que me perdoem as feias, mas beleza é fundamental. Nesse contexto, percebe-se que o ideal de beleza cultuado pela sociedade, no geral, é notório e está intrinsecamente relacionado à opressão e segregação de quem não insere-se nessa realidade. Sendo assim, a dismorfia corporal e inúmeros danos a saúde mental são advindos da imposição de um corpo ideal idolatrado pela mídia e indústria fashion evidenciando, portanto, a urgência de mudanças no cenário.     Deve-se, em primeiro plano, pontuar que o ideal de beleza, principalmente da mulher, é uma questão cultural que permanece na sociedade através de gerações. Exemplo disso, são as vestimentas femininas que no século XIX modelavam o corpo da mulher com espartilhos apertados para afinar a cintura. Partindo desse pressuposto, o culto à magreza comandado pela industria fashion em pleno século XXI persiste desvalorizando a mulher que não insere-se nesse padrão, pois a confecção de roupas e desfiles de moda apenas para magras evidencia a extrema exclusão que ocorre nesse âmbito.     Além disso, vale ressaltar que, devido ao crescimento do acesso às redes sociais, o excesso de exposição tem tornado-se constante e a disputa ideológica por ''likes'' atinge inúmeros jovens, principalmente, que sofrem com a baixa auto estima. Análogo à isso, o sociólogo Bauman já afirmava que a modernidade líquida traz consigo a fragilidade dos laços humanos. Sob essa ótica, a importância apenas de uma aparência exterior tem feito muitos abdicarem de sua saúde mental para seguir essa realidade distorcida.     Diante dos fatos supracitados, espera-se a consonância entre a indústria fashion e empresas publicitárias, tendo em vista a criação de mecanismos de inclusão nesse ambiente, como o investimento em moda Plus Size e o culto das diferenças corporais e raciais exibidas em propagandas. Ademais, é preciso a conscientização de influenciadores digitais, no que tange o seu poder de persuasão sobre a população, para que a ideia de um padrão ideal de corpo seja degradada e desestimulada pelos mesmos, no intuito de a longo prazo a questão cultural da beleza imposta socialmente termine-se.