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Enviada em: 10/02/2019

A busca pelo "corpo perfeito" é um desdobramento da Globalização, cujo propiciou à mídia a difusão de valores, costumes e padrões. A todo instante, pessoas procuram clínicas de estética e academias a fim de atingirem determinados padrões físicos e, muitas vezes, as repercussões são negativas. Dentre as causas que intensificam tal problema, estão a massificação das mídias e estereotipificação corporal.  Pode-se observar que, em meados de 1980, a fisionomia humana passa a ocupar lugar de destaque nos veículos midiáticos. Logo, revistas, programas televisivos e afins são criados com o objetivo de mostrar e exaltar específicos tipos corporais (magros e musculosos, em geral), dietas, ginástica, dicas de beleza, cosméticos e roupas "da moda". Esse processo, ao longo do tempo, vem formando padrões que, indiretamente, incitam a sociedade a segui-los e, quem não o faz, sofre os efeitos da exclusão social e preconceitos de toda ordem, a exemplo da gordofobia e racismo. Tal situação pode ser comprovada pelo aumento dos ingressos em academias junto ao uso de suplementos e anabolizantes, procedimentos estéticos (cirurgias plásticas, aplicações de ácido hialurônico e botulínico) e o poder capital da Indústria de Cosméticos. Esses aspectos revelam uma cultura de idolatria ao corpo humano, o qual torna-se uma espécie de templo e tem a beleza, o corpo com baixo índice lipídico, músculos exorbitantes e simetria facial, como religiões.            Em âmbitos educacionais, quem não se encaixa nos padrões vigentes é acometido pelo bullying, a exemplo dos gordos e, dentre os efeitos gerados, estão: compulsão alimentar, distúrbios de imagem, dietas e exercícios físicos sem orientação médica, depressão e suicídio. Esse último é explicado por Émile Durkheim como suicídio egoísta e ocorre quando o indivíduo se sente isolado das instituições e grupos sociais. Cabe citar duas brasileiras, Dielly Santos e Nara Almeida, que morreram em 2018 por suicídio e câncer, respectivamente. A primeira cometeu tal ato por ser vítima da gordofobia e bullying. Já a segunda recebia elogios pelo seu corpo mesmo desnutrida e em estado avançado da doença. Essa situação mostra o quão nociva é a demanda das pessoas em atingirem tais padrões, com capacidade de abrirem mão da saúde em virtude disso. Em virtude dos aspectos mencionados, medidas são necessárias para resolver os impasses do culto tóxico à forma física. A mídia pode iniciar um processo de desconstrução dos padrões corpóreos, por meio da valorização dos diferentes tipos de fisionomia, dando-os espaço em redes sociais, comerciais, filmes, novelas e músicas, a fim de incitar a autoaceitação da imagem corporal. Cabe à Educação expor os riscos de dietas e exercícios avulsos, discursar sobre o bullying, bulimia, anorexia, depressão e suicídio, por meio de palestras ministradas por pedagogos, professores, médicos e psicólogos.