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Enviada em: 11/02/2019

A busca pelo "corpo perfeito" é um desdobramento da Globalização, que propiciou à mídia a difusão de valores, costumes e culturas. A todo instante, pessoas procuram clínicas de estética e academias a fim de atingirem determinados padrões físicos e, muitas vezes, as repercussões são negativas. Dentre as causas que intensificam tal problema, estão a massificação das mídias e estereotipificação corporal.    É observável que, em meados de 1980, o corpo passou a ocupar lugar de destaque nos veículos midiáticos. Logo, revistas, programas televisivos e afins são criados com o objetivo de mostrar e exaltar específicos tipos corporais (magros e musculosos, em geral), dietas, ginástica, dicas de beleza, cosméticos e roupas "da moda". Esse processo, ao longo do tempo, vem formando padrões que, indiretamente, são reproduzidos pela sociedade. Tal situação pode ser comprovada pelo aumento dos ingressos em academias e procedimentos estéticos, como cirurgias plásticas, aplicações de toxina botulínica (conhecida como botox) e ácido hialurônico. Esses aspectos revelam uma cultura de idolatria ao corpo humano, o qual é visto como um templo e tem o padrão de beleza como religião a ser seguida.    Convém lembrar que, quem não se encaixa nos padrões vigentes é acometido pelo bullying, a exemplo dos gordos e, dentre os efeitos desse quadro, estão: compulsão alimentar, distúrbios de imagem, dietas e exercícios físicos sem orientação médica, depressão e suicídio. Esse último é explicado por Émile Durkheim como suicídio egoísta e ocorre quando o indivíduo se sente isolado das instituições e grupos sociais. Cabe citar duas brasileiras, Dielly Santos e Nara Almeida, que morreram em 2018 por suicídio e câncer, respectivamente. A primeira cometeu tal ato por ser vítima da gordofobia e bullying. Já a segunda recebia elogios pelo seu corpo mesmo desnutrida e em estado avançado da doença. Essa situação mostra o quão nociva é a demanda das pessoas em atingirem tais padrões, com capacidade de abrirem mão da saúde em virtude disso.     Portanto, em virtude dos aspectos analisados, medidas são necessárias para resolver os impasses do culto tóxico à forma física. A mídia pode iniciar um processo de desconstrução dos padrões corpóreos, por meio da valorização da diversidade da fisionomia dos corpos, dando aos últimos espaço e visibilidade nas redes sociais e mídia televisiva, a fim de provocar a autoaceitação e representação de corpos antes marginalizados, em destaque aos gordos. Cabe à Educação expor os riscos de dietas e exercícios avulsos, discursar sobre como combater o bullying, a bulimia, anorexia, depressão e o suicídio, por meio de palestras e debates direcionados ao público jovem e adulto, ministrados por especialistas no assunto: professores, pedagogos, médicos e psicólogos.