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Enviada em: 03/11/2017

Segundo o filósofo prussiano Friedrich Nietzsche, o homem em sua essência é dotado de desejos insaciáveis, haja vista que durante toda a sua vida, o indivíduo levantará metas e sempre que alcança-las, não satisfeito, criará novas. Analogamente, pode-se discutir a questão do culto à aparência no mundo contemporâneo, uma vez que apesar do homem ter nos últimos tempos olhado cada vez mais para si, ainda percebe-se a busca por um ideal de beleza que pode ser nocivo a esse indivíduo.       A priori, é possível afirmar que antigamente havia um padrão de beleza universal, pode-se enxergar isso ao observar as obras do Alfred Hitchcock, - renomado cineasta britânico - em que a maioria dos protagonistas de seus filmes seguem um padrão. O homem tinha a necessidade de se idealizar nos outros, prova disso são as esculturas que remetem à Grécia Antiga, projetando uma imagem perfeita aos deuses. Contemporaneamente, o conceito de belo que antes era único tornou-se relativo, tendo em vista que celebridades como Lady Gaga, Adele, e Sia não possuem aparências ou corpos semelhantes. O indivíduo passou a desenhar a idealização de si nele próprio, e não em outro.    Outrossim, a humanidade parece estar vivendo um retorno ao famoso narcisismo. De acordo com a Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - entre 2007 e 2012 o número de academias no Brasil teve um crescimento de 133%. Tal fato ocorre devido à busca incessante à perfeição, e segundo Zygmunt Bauman, filósofo polonês, o homem demonstra cada vez menos preocupação com o futuro, dando prioridade à prazeres imediatos. Isso comprova-se, por exemplo, na busca imprudente de Andressa Urach (atriz brasileira) pela beleza, causando em sua internação quase um mês por uso exagerado de Hidrogel, produto usado para aumento de volume em regiões como o bumbum.    Torna-se evidente, portanto, que a fim de as pessoas pararem de procurar ser o que não são, atitudes precisam ser tomadas. A mídia em parceria com emissoras de televisão, devem promover maior representatividade de diferentes etnias e padrões corpóreos em suas novelas e propagandas. Exemplo disso são as novas propagandas da Skol, que pararam de utilizar mulheres de forma objetificada e agora utilizam pessoas de diferentes classes e corpos. Dessa forma, a sociedade perceberá que o ideal da vida tá em se vestir e ser como quiser.