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Enviada em: 04/04/2018

"Eu desejaria desejar ficar pelado, mas não tenho vontade de me ver nu." A letra da música Keine Lust, da banda alemã Rammstein, exemplifica a relação das pessoas e seus corpos. A sociedade, por meio da indústria da moda e dos médicos, impõe o culto a forma física. Assim, infelizmente, quem não se encaixa aos padrões é excluído e sofre preconceitos pela sociedade do padrão corporal. Primeiramente, a indústria da moda impõe, através de seus produtos e das suas propagandas, uma forma padrão às mulheres. Apesar da força atual do feminismo, muitas propagandas de roupas tiveram como modelos e ícones da indústria fashion: loiras, magras, altas e heterossexuais. Tal hegemonia excluiu um enorme grupo das mulheres reais, que são as morenas, obesas, baixas e LGBTs. Entretanto, como já citado, o movimento feminista promove boicotes e denúncias contra tais empresas e reivindicando mais diversidade étnica. Felizmente, tais ações estão fazendo surgir efeito, pois já é de certa forma comum em propagandas a inclusão de mais fenótipos diferentes. Em segundo, a medicina promove e legitima o preconceito contra obesos. Apesar de não ser uma atitude de má fé, pois é conhecido os efeitos da obesidade no corpo (tais como o elevado colesterol, diabetes, doenças cardíacas, etc.), os médicos fomentam um discurso de obesofobia. Ao aplicar conclusões gerais de estudos científicos em casos isolados, há o preconceito, visto que não é possível determinar sem antes exames prévios a existência de problemas decorrentes da elevada massa corpórea. Assim, a medicina atua de maneira dialética, já que está correta ao afirmar os problemas fisiológicos decorrentes da falta de forma, mas errada ao presumir tais problemas baseando-se apenas na aparência. Portanto, o culto a forma física e o preconceito contra os que não participam do conjunto do padrão físico é devido a indústria da moda e ao tratamento dado pelos médicos. Desse modo, é necessário que continue a participação do movimento feminista na inclusão da diversidade corporal nas propagandas. Para isso, é importante a participação da população, sendo responsável por dar apoio ao movimento, seja pela propagação dos ideais ou de certos boicotes feministas. Mas também é urgente a modernização do relacionamento médico-paciente, não desprezando os diversos estudos, mas a transformação do geral em específico. Ou seja, tratar cada paciente como único e não como regra geral dos artigos acadêmicos. Para isso, é necessário que as universidades priorizem as matérias que dão enfoque na condição social e física do paciente, para assim formarmos médicos que sintam empatia e não preconceito. Dessa maneira, o discurso que excluí certos grupos passará a não ser mais propagado pela sociedade nas próximas gerações.