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Enviada em: 25/04/2018

As exposições das vanguardas artísticas europeias do século XX romperam com a estética clássica e criteriosa utilizada por inúmeros artistas desde o Período Clássico da Idade Antiga até o Realismo do século XIX; além de terem incitado o questionamento do público e dos profissionais de Artes Visuais acerca dos limites, ou da ausência deles, no universo artístico. Todavia, a questão ainda é cerne de debates. Nesse sentido, torna-se válido avaliar por quais motivos não devem ser impostas barreiras nesse mundo, tendo em vista a relevância indissociável da criticidade promovida por tal ferramenta.  Em primeiro plano, a Arte permite que o artista deixe seu legado e promova a reflexão de seu consumidor, por mais que seus contextos socioeconômicos sejam distintos. Em outras palavras, possibilita-se a expressão e ponderação de pontos de vista a respeito de diferentes temáticas e enriquecem-se argumentos em discussões atuais. Prova disso são as grandes fontes de críticas à corrupção, abuso de poder, hipocrisia, censura, violência, marginalização e preconceito representadas por meio das letras de bandas de rock e grupos de RAP, tais como: Legião Urbana, Barão Vermelho, Titãs, Racionais MC's, O Rappa, Facção Central e Marcelo D2; ouvidas, analisadas em blogs e comentadas em veículos midiáticos até hoje, apesar de boa parte delas ter sido composta das décadas de 1980 até o início dos anos 2000.   Além do âmbito musical, os temas abordados pela sétima arte envolvem tabus e ampliam as visões de mundo dos telespectadores. Diante desse contexto, os EUA aprovaram o casamento gay em todo o país no governo Obama e, desde então, a sexualidade desse grupo historicamente oprimido tem sido cada vez mais explorada e debatida nas redes sociais. Por conseguinte, surge um exemplo de conquista e demonstração de que barreiras contra o conservadorismo estão sendo rompidas paulatinamente: o filme "Me Chame pelo seu Nome", cuja temática central é um relacionamento homoafetivo, venceu o Oscar por melhor roteiro adaptado no ano de 2018.   Fica claro, portanto, o poder de protesto promovido por manifestações artísticas. De modo que não sejam impostas barreiras a elas, o ambiente escolar e a mídia devem trabalhar em conjunto: aos professores e coordenadores, cabem a tarefa de orientação dos alunos a respeito da importância histórica e atual da Arte por meio da produção de letras de música ou poemas acerca de temas hodiernos escolhidos pelos estudantes. Além disso, emissoras televisivas devem promover a divulgação de cantores engajados em movimentos sociais, mediante entrevistas e pequenos trechos de vídeos divulgados nos comerciais de horários nobres. Dessa forma, os cidadãos mais jovens e os setores mais tradicionalistas da sociedade se tornarão familiarizados à livre expressão a longo prazo.