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Enviada em: 17/05/2018

Sabe-se que muitos artistas utilizam seu talento para chocar as pessoas. Em 1917, o escultor Duchamp causou espanto com sua obra ''Fonte'' e trouxe novos rumos para a arte. Cem anos depois, em 2017, uma exposição no museu Santander e uma performance no MAM causaram polêmica na internet e reacenderam os debates sobre o que é arte e se limites devem ou não ser impostos nos trabalhos artísticos.          É fato que durante a ditadura militar pintores, escritores, cantores e poetas, tiveram seu trabalho censurado e tirado de circulação. Entretanto, com a redemocratização do país e com a nova constituição de 1988 é garantido por lei o direito dos artistas de se expressarem livremente. Desse modo, é inadmissível que obras de arte sejam reprimidas apenas porque algum grupo ou alguma ideologia política não concorde com o tema proposto. Ademais, a liberdade da arte é fundamental para a construção de uma democracia saudável e para diminuir a intolerância com aqueles que pensam diferente, pois ela expõe não apenas o lado bom como também o lado ruim de uma nação.          Em contrapartida, muitas pessoas defendem que a arte deve ser livre, porém dentro da lei. Ou seja, os limites da arte estão até onde a legislação permite. Por exemplo: a polêmica na performance de Wagner Schwartz no MAM não é com o fato de ele estar nu, mas sim por estar nu perto de uma criança. É notório que essa apresentação pode ser interpretada, para muitos, como um caso de pedofilia, mesmo não sendo essa a intenção. Sendo assim, o artista teria ultrapassado a lei e portanto seu trabalho deveria ser restringido.       Portanto, há de se afirmar que a liberdade artística, apesar de essencial, deve ser ponderada pela lei. A discussão sobre arte deve ser incentivada na sociedade. Deste modo, o Ministério da Educação deve criar centros culturais nas cidades e juntamente com as escolas municipais incentivar os jovens à visitar esses lugares, pois, assim, esses cidadãos desenvolverão uma maior tolerância com aqueles que pensam diferente.