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Enviada em: 30/05/2018

Não são poucos os fatores envolvidos na discussão acerca dos possíveis limites no mundo das artes. Aristóteles acreditava que a arte era capaz de imitar a realidade dos homens e seus sentimentos, configurando um reflexo da sociedade em que se está inserido, consistindo, também, em um meio de critica social. Contudo, existe uma parcela da sociedade que defende a limitação da arte devido à retratação de diversos temas vistos como tabus sociais. Logo, a fim de compreender o problema e alcançar melhorias basta analisar o papel social da arte e o conservadorismo social ainda existente.    Em primeiro lugar, é crucial pontuar que o encargo da arte é viabilizar uma reflexão sobre o que foi expressado, além de possuir caráter auto-afirmativo. Nessa circunstância, minorias sociais, como os LGBTI+, mulheres e negros encontram no universo artístico formas de posicionarem-se socialmente.  Tendo como exemplos, a cantora drag queen Pablo Vittar que apoia o movimento LGBT e a cantora Beyoncé representante do movimento negro nos Estados Unidos da América. Assim, nota-se que a arte é uma ferramenta capaz de promover a inclusão social, a visibilidade e a democratização de questões sociais, visto que levanta debates repudiados e desprezados por uma fração da população.    Ainda nessa questão, é fundamental pontuar que a Constituição Federal de 1988 garante o pleno exercício da liberdade de expressão e impede censuras às manifestações artísticas. No entanto, constantemente, diversos cidadãos se declaram contra as manifestações em razão de religiosidade e conservadorismo moral. Para ilustrar, é útil o cancelamento da exposição Queermuseu em Porto Alegre, no ano de 2017, devido as críticas de ativistas políticos religiosos que acusavam a mostra patrocinada pelo banco Santander de incitar a pedofilia, zoofilia e desrespeitar os símbolos religiosos. Todavia, a arte, frequentemente, abordará questões polêmicas que ocorrem na sociedade e são condenadas ou malvistas pelos indivíduos, porém, continuam demandando atenção e debates.     Nesse sentido, ficam evidentes, portanto, os elementos que colaboram para o atual quadro negativo do país. Ao Ministério da Educação, cabe a elaboração de palestras em escolas acerca da produção artística e seus objetivos sociais, além de incluir na grade curricular do ensino fundamental aulas de História da Arte, com o objetivo de auxiliar na formação de jovens conscientes e com pensamentos críticos. É imprescindível, também, que os Governos Estaduais estimulem o acesso aos meios artísticos, financiando ingressos, facilitando o transporte até os centros culturais e divulgando publicamente os eventos artísticos que ocorrem nas cidades, com o propósito de aproximar o cidadão brasileiro e o mundo das artes. A partir disso, a frase de Mahatma Gandhi fará sentido para as mudanças que almejamos: "O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente".