Materiais:
Enviada em: 05/06/2018

A ideia de que a arte Grega trazia consigo um elegante gosto pelo mármore branco, é essencialmente recente. O que ocorreu é que além do desgaste temporal, arqueólogos ingleses eduziram as estátuas de sua policromia original, resultando em uma arte padronizada e que se afastava do seu propósito original. Caso análogo acontece hoje quando a discussão sobre a validez de uma censura à arte brasileira é tomada à sério, catapultada pela autoridade governamental e uma população que pouco tem contato com a arte em si.    Primeiramente, o Estado não deve ter o poder de regular o que é considerado arte. Exemplo disso é que ainda na Guerra Espanhola, Pablo Picasso foi perseguido pelo governo espanhol da época por conta de sua obra Guernica, que denunciava o pesadelo civil enfrentado. Ora, se valores são mutáveis dentro de uma sociedade, o governo não pode ser o patrono do que deve ou não ser produzido como cultura de acordo com os seus valores atuais, de modo a censurar tudo aquilo que não condiz com sua opinião.    Além disso, a própria sociedade deve primeiro ter um entendimento mais complexo das obras culturais. Tal problema advindo da deficiência escolar brasileira causa distorções e julgamentos errados em produtos artísticos, o que pôde ser evidenciado com as manifestações da organização MBL, Movimento Brasil Livre, e de seus seguidores, que perseguiram e fecharam o Queermuseu, mostra que tinha o preceito de questionar e debater tabus sociais quanto à sexualidade. Esse fato concretiza a estupidez que promove a censura artística.    Fica claro, portanto, que limites não devem ser impostos à arte, pelo seu valor de crítica e debate social. Para a concretização desse preceito, o Poder Legislativo, por meio da Câmara dos Deputados, deve promulgar uma lei que proteja a liberdade de expressão nas obras culturais, visando a diversidade de obras. Além disso, o ensino da disciplina de Artes deve ser reforçado nas escolas brasileiras, o que pode ser feito com a mudança da Base Nacional Comum Curricular, pelo Ministério da Educação, para que a sociedade brasileira desenvolva a habilidade crítica para interpretar as obras. Dessa forma, a arte brasileira não será desnudada de sua policromia original.