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Enviada em: 06/06/2018

A exposição "Queermuseu-cartografias da diferença na arte brasileira" foi cancelada após diversas manifestações nas redes sociais, as quais acusavam a exposição de possuir conteúdo com pedofilia e zoofilia. Este fato impulsiona o debate sobre a validade de dos limites no mundo das artes. Para isso, é necessário analisar o impacto das restrições artísticas no campo da liberdade de expressão e do progresso social.   A sociedade que impões limites ao conteúdo artístico pode ferir a liberdade de expressão que a democracia prega. No período ditatorial, entre 1964 e 1988, a circulação de produções artísticas era censurada pela elite governamental, visando a defesa de interesses da classe militar. Portanto, a história nos mostra que a limitação do plano artístico pode vir a se tornar uma ferramenta de opressão, prejudicando a liberdade.   Limitando alguns temas que podem ser abordados artisticamente, a sociedade pode vir a estagnar. Segundo o filósofo Georg Hegel, o progresso da realidade social ocorre por meio da contradição entre a tese e a antítese (que pode se manifestar na forma de arte) resultando em uma síntese, que representa o confronto entre duas realidades opostas resultando em uma inovação. Portanto não se pode limitar um aspecto fundamental ao avanço social.      Conclui-se que  restrições ao mundo artístico no Brasil têm um histórico com bases autoritárias e podem apresentar riscos á liberdade de expressão. Em consequência disso, a imobilização da sociedade pode ser firmada pela ausência  do confronto de ideias opostas, segundo a filosofia hegeliana. Logo, as limitações não devem ser impostas, mas o artista e sua composição devem ser questionados, assim não se anula a liberdade de expressão e não se paralisa a sociedade.