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Enviada em: 12/06/2018

A arte é um simbolo do absoluto. A forma mais autêntica de expressão da subjetividade se dá pela arte, segundo as concepções filosóficas de Martin Heidegger, e possibilita o abraçamento das nuances existentes na compreensão de homem. Ela se afasta de perspectivas conceituais e causa incomodo, pretendendo trazer ao observador, ou até mesmo o próprio artística, o desconforto ou o bem-estar ao fazer parte da exposição. Ao limitar a arte, limita-se a expressão mais legítima do homem.    A incapacidade da linguagem ciêntifica, conceitual e de senso comum em expressar estados subjetivos provoca estranhamento em sociedades mais conservadoras. Não obstante, a supressão da manifestação artística cobre sua transcendência e a possibilidade de abrir matizes que transportam o homem para uma discussão mais ampla e menos intransigente.      É sob a perspectiva artística que a sociedade é capaz de exteriorizar humores e sentimentos, e discutir assuntos julgados como "tabu". A sexualidade, por exemplo, é apresentada na arte há muito tempo, a Grécia e Roma antiga possuíam apelo forte a expressão corporal, mesmo a nudista. A religião apresenta significativa influência no comportamento social em torno dessas representações artísticas, na medida em que a sua moral é geradora do sentimento de culpa e de aversão à comportamentos apontados como hediondos, no caso da sexualidade.     Mesmo em questões tidas como simples, foram preciso certa aversão e repulsa para que o acontecido passasse a ser considerado parte da discussão social. Não concerniu as lutas sociais que retrocedessem para contentar padrões. O mesmo não se aplica a arte. Ainda que o momento revele desagrado e descontentamento, faz-se necessário o debate. As consequentes mudanças na sociedade e na cultura mostram, de maneira franca, a carência de diálogo sobre a importância da arte.         Portanto, torna-se imprescindível um dialogo abrangendo diferentes áreas de trocas e vivências, subjetivas e práticas. O Ministério da Cultura tem papel respeitável na questão abordada, visto que é ele o responsável pela política cultural do país e pela proteção dos patrimônios histórico-culturais. Nesse sentido é capaz de auxiliar um debate abrangente e respeitoso sobre os limites da arte. A Família, para citar, é a instituição mais relevante para a propagação de uma cultura livre de preconceitos, já que os pais possuem atuação firme na disseminação cultural para com os seus filhos. Há também a utilidade em envolver o Ministério da Educação na proposta de compor campanhas educativas e informativas, em especial, às crianças e adolescentes, pois serão eles futuros limitantes da arte ou propagantes de uma livre expressão subjetiva apta a proporcionar interpretações únicas por parte de seus observadores e participantes.