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Enviada em: 20/06/2018

Melhoramento artístico        Sendo uma pauta extremamente recorrente nas discussões entre os mais diversos grupos sociais atualmente existentes, a discussão acerca da necessidade de imposição de limites no mundo das artes tem gerado muita tensão ideológica entre esses mesmos grupos sociais. Decerto esse embate de ideias vem sendo ampliado com os recentes acontecimentos em museus, a exemplo do ocorrido no Museu de Arte Moderna de São Paulo em 2017, na qual o envolvimento de uma criança em uma obra caracterizada pela nudez gerou revolta em grande parte da população.       Em sua obra "O que é arte?", datada do final do século XIX, o escritor russo Leon Tolstói define como "boa arte" aquela que pode ser compreendida por todos, independentemente de idade e classe social. Partindo desse conceito do que pode ser considerado como bom artisticamente, determinadas obras de arte são, portanto, submetidas a atos repressivos provenientes de grupos sociais que não conseguem relacionar o conceito de "boa arte", ou até mesmo "arte", ao que é apresentado nessas obras.       Temas também recorrentes como a pedofilia e a errônea utilização de importantes figuras religiosas, no sentido ideológico, em apresentações artísticas - como por exemplo a atribuição de características sexuais a Jesus realizadas por alguns artistas - têm estado frequentemente em contraste com a problemática da guerra ideológica entre diferentes agrupamentos sociais. Esse contraste certamente ocorre por conta da ampla existência de valores defendidos por cada grupo social, servindo como exemplo a composição da população brasileira, que desde o período colonial tem sido majoritariamente cristã, o que certamente explica a grande rejeição às obras que de certa forma ofendem os dogmas religiosos.       Levando em conta os argumentos supracitados, se configura como extremamente necessária a extensão da classificação indicativa dos cenários onde essa já atua para os locais onde são expostas obras de arte, sendo essa ação realizada pelo ECA junto ao Ministério da Justiça, para que, dessa maneira, constrangimentos recorrentes sejam evitados. Somado a isso, cabe ao Estado a elaboração de emendas constitucionais que imponham o respeito por parte das obras de arte perante os dogmas religiosos. Dessa forma, possibilitar-se-á uma maior existência de boas artes e um consequente maior compreendimento dessas.