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Enviada em: 25/06/2018

A arte, na sociedade contemporânea, é um veículo responsável por transmitir informações e opiniões acerca de questões atuais. Conquanto, análogo ao fenômeno da refração da luz, a arte ao transpassar de um meio a outro, como por exemplo, de uma parcela liberal para uma mais conservadora da população, sofre desvios, fomentando debates sobre a necessidade de imposição de limites no mundo artístico. Por conseguinte, faz-se necessário resolver tal problemática.       Nesse âmbito, no Museu de Arte Moderna, em São Paulo, no ano passado um artista nu, sendo objeto de sua própria exposição, consentia em ser tocado pelos espectadores a fim que esses moldassem seu corpo conforme suas vontades pessoais. Entretanto, um vídeo foi divulgado nas redes sociais, o qual mostrava uma criança, em companhia da mãe, tocando o corpo do artista. Tal situação gerou repúdio dos internautas que alegaram ser uma apologia à pedofilia. Nesse cenário, é possível perceber a erotização da nudez, que deixa de ser algo natural e torna-se sexualizado, além da própria sexualização da criança, visto que ela, na condição de pertencente à infância, estaria, apenas, desfrutando a exposição.       Ademais, torna-se notório que a arte é julgada por grande parte da população pois sofreu, ao longo dos anos, modificações. Ou seja, ela deixou de representar apenas o belo e tornou-se importante difusora de opiniões e, também, forma de problematizar situações patológicas existentes na vida social. Além disso, as sociedades que impõem limites às artes tornam-se sem alma, uma vez que, essas são importantes para evitar a alienação e conscientizar a população, mesmo que por meio do choque ou repúdio, situações reais. Por exemplo, o artista Debret retratava em suas obras a forma animalesca com as quais os escravos eram tratados, o que era a realidade da época. Em suas obras não há o belo, mas sim a patologia do sistema escravista.       Logo, não deve haver limites no mundo das artes. Dessa forma, urge, que medidas sejam tomadas a fim de conscientizar a população a compreender que a arte é a alma da sociedade. O Ministério da Educação e Cultura deve realizar palestras nas escolas que ensinem aos jovens a importância da arte como veículo de expressão e conscientização social. Outrossim, o Governo precisa realizar campanhas que incentivem a mudança da mentalidade da sociedade que sexualiza o pensamento infantil, além de adotar medidas a favor da normalização da nudez para as crianças, a fim de erradicar a apologia à pedofilia. Outrossim, o Quarto poder necessita difundir, nas redes sociais e em propagandas televisivas, a contribuição das artes para a formação pessoal dos indivíduos, além de instrumento contra a alienação. Dessa forma, o mundo da arte deixará de sofrer refrações.