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Enviada em: 07/07/2018

A obra "Davi", de Michelangelo, representa um ideal de beleza materializado na figura de um homem nu. Tal obra foi contemplada durante séculos e é considerada uma das esculturas mais perfeitas da história. Hodiernamente, no entanto, volta a existir uma discussão medieval sobre os limites da arte. Nesse âmbito, dois aspectos são preponderantes: a incompreensão popular e a função social da arte.      Diante desse cenário, percebe-se que uma noção empírica de moralidade sobrepõe-se à razão. Segundo o filósofo Platão, em seu diário socrático "A República", só é possível conhecer a realidade quando nos libertamos das influências sociais e culturais. Logo, conclui-se que os preconceitos enraizados na sociedade são obstáculos ao livre desenvolvimento dos artistas. Isso foi evidenciado pelo Renascimento, quando o abandono das imposições da Idade Média ocasionou o surgimento de várias obras que ficaram na história, como as de Michelangelo.    Ademais, a aversão à arte existe porque ela é subversiva e pretende chocar a sociedade. À guisa de exemplo é possível citar a Semana de Arte Moderna, ocorrida em 1922, e a exposição "Querrmuseu", de 2017. Esses dois momentos foram muito criticados pela sociedade, mas eles também trouxera debates muito importantes sobre nacionalismo, política e aceitação às minorias. Portanto, a arte exerce um papel importante de transformação social, e a sociedade deve mudar para passar a aceitá-la.      Sendo assim, conclui-se que mudanças são necessárias para prover a devida liberdade aos artistas. É preciso que o Governo Federal, em parceria com o Ministério da Educação, financie projetos educacionais nas escolas, através de uma ampla divulgação midiática, que incluam o ensino mais profundo da arte e da sua importância. Isso pode ser feito por meio de dinâmicas, jogos, ou trabalhos propostos pelos educadores, que terão o intuito de fazer a criança refletir e, assim, ela será induzida a respeitar e admirar a arte. Dessarte, os artistas terão o poder de criar livremente e não teremos mais nenhum Michelangelo na fogueira.