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Enviada em: 12/07/2018

Gustave Courbet, no ano de 1866, foi, injustamente, alvo de assíduas ondas de críticas, partidas de conservadores, ao publicar sua obra “A Origem do Mundo”, que retrata a genitália feminina. Nesse prisma, é crucial colocarmos uma lupa sobre a questão da liberdade de expressão artística, mirando ações afirmativas que visem assegurar a origem das mais diversas manifestações culturais.       Em primeira instância, é imperioso nos debruçarmos sobre a questão de que, muitas vezes, as exposições artísticas não são interpretadas corretamente pelos expectadores. Sob tal perspectiva, cabe ressaltar o recente evento “Queermuseu” - ocorrido no Santander Cultural de Porto Alegre -, o qual, por conta de concepções distorcidas propagadas pelo Movimento Brasil Livre, não foi, genuinamente, interpretado pelos cidadãos canarinhos. Acresce-se a ocorrência da “Semana da Arte Moderna”, que, por questões culturais da época, foi difamada pela mídia nacional, que era, majoritariamente, conservadora. Logo, faz-se contundente a ruptura dos laços regressistas que, ainda, amarram nossa sociedade, visto que, às custas desses vetores ideológicos, nossos indivíduos não têm acesso à fidedigna visão do mundo contemporâneo.          Outrossim, é imprescindível analisarmos minuciosamente a importância das artes. Nesse viés, destaca-se que, através das técnicas artísticas, sujeitos providos de inteligência conseguem difundir sentimentos e percepções sociais, até então, não descortinadas. Ademais, é válido salientar que, por meio das expressões de arte, os observadores desenvolvem capacidades cognitivas importantes ao ciclo do cenário particular e coletivo dos indivíduos, corroborando a gênese de relações harmoniosas entre os seres humanos. Por conseguinte, torna-se pertinente, à toda a população verde e amarela, o acesso ao universo artístico, propiciador de admiráveis elos comunitários.        Infere-se que, além da quebra dos entraves que limitam o mundo das artes, os habitantes do solo tupiniquim necessitam de oportunidades de acesso a esse extraordinário horizonte. Destarte, é ponderável que o Ministério da Educação, em face das escolas privadas e públicas, instigue - através de atividades extracurriculares, como aulas de pintura, música e dança - a origem do fenômeno artístico no caráter dos jovens alunos brasileiros. Para mais, o Ministério da Cultura pode, assegurando a liberdade de expressão, organizar exposições artísticas sem fins lucrativos nos centros urbanos das metrópoles brasileiras. Somente sob tais ópticas, a pátria amada permitirá o desenvolvimento de eufônicas relações sociais entre os que nela vivem, com cidadãos mais alegres, seja o artista, seja o que consome a arte.