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Enviada em: 12/08/2018

Segundo o filósofo alemão Friedrich Nietzsche: “temos a arte para não morrer da verdade”, ou seja, a arte está transcendendo o viés cultural, firmando-se como uma crítica socioeconômica e informativa para tratar de diversos assuntos. Porém, tal prática gera controvérsias, seja pela falta de aceitação dos temas debatidos ou pela ausência de educação artística. Logo, quando se institui limites para esse princípio, fere a liberdade de expressão de um grupo, e atrasa a sociedade que perde suas manifestações culturais e de identidade.             No segundo semestre de 2017, a exposição de arte “Queermuseu”, em Porto Alegre (RS), tornou-se manchete e foi alvo de protestos por grupos conservadores e fundamentalistas que segundo estes, as obras afrontavam a moral cristã e incentivavam a pedofilia. Porém, tal ato de repressão é um comportamento incompatível com os ideais democráticos da sociedade. Pode-se inferir, que tal fato ocorreu pela ausência de conhecimento sobre os ideais artísticos, que fizeram com que os grupos de manifestantes não tivessem a astúcia de decifrar a mensagem do artista. Logo, a censura feita por estes grupos opositores limitam a criatividade do artista e a propagação de suas ideias, prejudicando o direito de liberdade de se fazer arte.                 Outro fator, é que o novo impressiona, seja pela genialidade ou pelo impacto, e tal fato atrasa a ascensão artística na sociedade contemporânea, pois promove a seu padronização. Logo, os limites impostos censuram a arte, impedindo as manifestações informativas, como as presentes na obra do pintor espanhol Pablo Picasso, Guernica, que com características cubistas – imagens distorcidas e assimétricas - conta os detalhes sobre a Guerra Civil Espanhola. Logo, é necessário que a sociedade se adapte aos ideais artísticos, por exemplo: diferenciar o que é literal do que é metáfora, e interpretar as questões abordadas, para que está se propague como meio informativo.                 Portanto, indubitavelmente, medidas devem ser tomadas para pôr fim a censura à arte. Cabe ao Ministério da Cultura e o da Educação realizarem palestras e festivais sobre as manifestações culturais, pois é indispensável o desenvolvimento de uma educação artística que posicione os jovens, desde sua tenra idade, a desenvolverem um olhar crítico com o intuito de gerar entendimento social ao analisar eventos e obras de arte. Além disso, é necessário a inclusão obrigatória da História da Arte na matriz curricular básica, para então firmar os conceitos da arte e suas manifestações de ideias e identidade, para assim formar cidadãos antenados e críticos.