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Enviada em: 17/10/2018

De acordo com o filósofo Kant, a arte é uma produção subjetiva do ser humano, não cabendo a setores da sociedade classificar a sua significância para os outros, devendo ser livre para a expressão e interpretação das emoções. No entanto, cresce o número de movimento no Brasil com o intuito de impor limites à manifestação artística, contrariando a visão kantiana de respeito à subjetividade. Nesse aspeto, a preservação de uma visão mais conservadora de arte na população é o empecilho motivador do apoio a imposição de limites ao mundo artístico, gerando consequências na produção cultural.       Nesse contexto, o preconceito presente entre os brasileiros em relação às diferentes manifestações artísticas é o principal propulsor da problemática. O fato de cidadãos impedirem a entrada de visitantes a exposições que retratam, por meio de quadros, esculturas e colagens, temas de homoafetividade e transsexualidade, como ocorreu durante a exibição do Queer Museu, demonstra a intolerância de grupos sociais as novas formas de arte. Situação semelhante se fez presente na semana de a arte moderna, na qual, até mesmo artistas, como Monteiro Lobato, desmereciam as produções que rompiam com os moldes e temáticas da época. Dessa forma, percebe-se a presença de movimentos de valorização apenas do tradicional, visando à limitação das novas formas e conteúdos das artes.       Por conseguinte, a manutenção desse comportamento impacta diretamente a produção cultural da sociedade. Durante o período da Ditadura militar brasileira, em 1964, houve não apenas a repressão da imprensa, mas também das manifestações artísticas, impedindo o acesso da população às obras e às músicas que estimulassem pensamento crítico. Embora os brasileiros tenham conquistado a redemocratização do país, há o crescimento de grupos repressores da produção cultural inovadora, podendo-se constatar com a tentativa de formulação de leis com o intuito de proibir funks, estilo musical, e exposições modernas. Assim, evidencia-se a aproximação do comportamento na época do poderia militar, havendo uma tendência de marginalizar obras.       Portanto, a tentativa de impor limite às artes cresce no país, podendo impactar a cultura dos brasileiros. Por isso, torna-se necessário que as instituições educacionais, como escolas e universidades, enfatizem a importância da liberdade de expressão artística, por intermédio de palestras e debates com profissionais da área, como escultores, pintores e músicos, a fim de diminuir o preconceito com as novas produções. Outrossim, cabe ao Ministério da Cultura divulgar os direitos previstos na Constituição Federal de livre manifestação, por meio de propagandas nas mídias, como televisão, redes sociais e rádios, com o objetivo de mudar o comportamento de repressão da arte no Brasil.