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Enviada em: 25/08/2018

O movimento renascentista trouxe consigo um novo tipo de arte, que precedeu uma nova forma de pensar, pois questionava os padrões sociais da época, dominados por dogmas religiosos. No entanto, quando se observa a arte contemporânea, compreende-se que, por vezes, há uma transgressão moral devido ao uso desasseado da arte, seja ausência de regulamentação, seja pelo modo ofensivo de se expressar. Nesse sentido, convém analisar as principais consequências das posturas aqui apresentadas.       É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação entejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a ausência de regulamentação rompe essa harmonia, haja vista que exposições de arte onde existem nudez e sexo podem ser frequentadas por crianças, pois em muitos eventos não há restrição de idade, ou a entrada é permitida com o acompanhamento dos pais, a exemplo do que aconteceu no Museu de Arte Moderna, em São Paulo, onde crianças poderiam ver e tocar um homem nu, o que pode levar a uma sexualização precoce, incoerente e nociva.       Outrossim, destaca-se o modo ofensivo que expressão como impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada a exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, é notório que a arte pode prover grande influência na sociedade, porém, essa influência vem muitas vezes de forma pejorativa e gratuita, a exemplo do escárnio que houve na exposição “Queermuseu”, em Porto Alegre, onde algumas obras de arte debochavam de Cristo e Maria e, com isso, ofendiam as pessoas pertencentes ao cristianismo. É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor.       Dessarte, o Ministério da Cultura deve sensibilizar o Poder Legislativo a alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente, de modo que seja acrescentada restrição de idade em eventos culturais em que haja exposição de conteúdo explícito, promovendo assim uma proteção contra a manifestação artística inadequada a esse público. Como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação (MEC) deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por psicólogos, que discutam formas adequadas de manifestação e de prover o debate, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da caverna de Platão.