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Enviada em: 30/08/2018

A arte é naturalmente transgressora, e tudo aquilo que foge dos moldes enraizados pela sociedade acaba sendo abominado, por gerar incomodo e inquietações. O Renascimento, movimento artístico do século XV, retratou em suas pinturas e esculturas o nu humano, e para muitos da época foi considerado amoral, sendo hoje, amplamente aceito e estudado. Há a necessidade de não limitar a arte em sua expressão estética, para permitir avanços através de territórios inexplorados.           A expressão estética muitas vezes vai além do confortável aos olhos, afinal, através dela a arte consegue o seu objetivo de provocar a reflexão em seus observadores. No Brasil, não existem leis para garantir uma classificação etária ao visitar exposições de arte, o que acaba revoltando alguns brasileiros ao depararem-se com obras polêmicas. É necessário ser tolerante, afinal, tem-se o direito de não apreciar, mas respeitar é fundamental.        Intolerância, esta que acabou cancelando a exposição ''Queermuseu'' em Porto Alegre, devido a vários protestos na capital. As obras foram criadas com objetivo de fazer o público refletir sobre questões de gênero, violência, intolerância e diversidade, mas foram retiradas de contexto, sendo mal interpretadas e desviando do verdadeiro propósito, que era debater sobre temas já existentes, mas escondidos pela sociedade por serem considerados amorais.         Fica evidente, portanto, a necessidade de criação de leis por parte do poder legislativo, para que as exposições tenham sempre classificações etárias, evitando transtornos àqueles possíveis observadores. Cabe também ao indivíduo despir-se, assim como a arte, de todos aqueles moldes considerados ideais e permitir-se refletir além do padrão imposto socialmente.