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Enviada em: 29/10/2018

Durante a Semana da Arte Moderna, em 1922, Tarsila do Amaral e artistas foram severamente criticados e vaiados pelos espetadores e jornais devido à transgressão das obras modernistas. No entanto, esse escandaloso evento, hodiernamente, trata-se de um importantíssimo marco na história do país. Nessa perspectiva, há nos últimos anos uma discussão acerca dos limites da arte, considerando os conteúdos polêmicos inseridos em algumas obras. Assim, convém um estudo dessa questão.       Em primeira análise, observa-se que o choque e o repúdio aos artistas e suas produções não são casos isolados. Dessa maneira, diversos indivíduos considerados gênios, como Van Gogh, foram reconhecidos tardiamente como verdadeiros vanguardistas, contudo, em seu tempo, eram desprezados. Nesse sentido, a censura trata-se de um desserviço e desconhecimento acerca desse âmbito bem como uma visão individualista e moralista sobre a classificação do que é ou não uma verdadeira obra.       Outrossim, alguns problemas atravancam a resolução do impasse. Um exemplo disso é a carência de conhecimento artístico pela população de uma forma geral, razão pela qual há grande incompreensão de que não é objetivo dos criadores agradar o público, mas retratar o mundo que o cerca, ainda que não seja compreendido. Ademais, os tabus sociais, tais como a sexualidade, prejudicam a livre expressão pessoal.       Diante dos fatos supracitados, nota-se, portanto, a imprescindibilidade de medidas por certos agentes. Dessa forma, haja vista que, de acordo com o filósofo Arthur Schopenhauer, os limites do campo de visão de um indivíduo determinam seu entendimento a respeito do mundo, o Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Cultura, deve aperfeiçoar a educação artística em sala de aula, com material preparado pelos órgãos, incluindo o respeito à expressão bem como o estudo da função e da história e influência da arte para a humanidade, com o fito de expandir o campo de visão dos brasileiros e permitir um ambiente adequado e livre para o surgimento e apreciação de novos gênios nacionais.