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Enviada em: 02/04/2019

Durante a Idade Média a Igreja católica desenvolveu o Index, no qual possuía como um dos objetivos, o controle das expressões artísticas, desse modo, não era permitido nenhuma arte que sobrepujasse os dogmas vigentes da Igreja. Tanto que, uma parte do período medieval ficou conhecido como Idade das trevas, uma alusão a ausência de um desenvolvimento cultural significativo. Dessa forma, na contemporaneidade, pode-se observar a existência de debates sobre a necessidade de impor limites no mundo das artes, esse questionamento, por sua vez, revela uma sociedade que não está atenta para o que está explicito na constituição de 1988, além de evidenciar uma forma de limitar o pensamento critico que podem ser geradas pelas artes.               A priori, a exemplo das constituições democráticas contemporâneas, a constituição Federal de 1988 proíbe, por meio de artigos e dispositivos, qualquer espécie de censura, seja de natureza política, ideológica ou artística. No entanto, é notório que a hodiernidade reverbera o Enigma da Modernidade, do filósofo Henrique de Lima, o qual salienta que, apesar de a sociedade ser tão avançada em suas razões teóricas é tão indigente em suas razões éticas, ou seja, a analogia entre o contra senso do campo da teoria e da prática, é válida, uma vez que, mesmo a expressão artística ser uma garantia constitucional, não obstante, o desejo de limitar essas demonstrações é uma realidade. Dessa maneira, percebe-se uma sociedade que não se atem ao que está estabelecido na Carta Magna, no quesito do pensamento artístico, o qual pode se expressar sem fronteiras.              Outrossim, é sabido que as manifestações artísticas possuem diversas finalidades, como expor a conjuntura do país, por exemplo. Á vista disso, as pinturas de Cândido Portinari possuem um cunho social em evidencia, como a seca do nordeste, a escravidão dos negros, enfim, Portinari demonstra mediante suas obras, mazelas atreladas ao Brasil e, por isso, direciona a uma reflexão analítica. Nessa perspectiva, percebe-se que as artes possuem importância ao promover o questionamento da conjunção do país, e, consequentemente, impor limites na expressão do artista é uma forma de limitar o pensamentamento crítico que pode ser gerada a partir das artes.            Logo, é necessário que as ONGs- organizações não governamentais- aliado com as instituições educacionais venham, por meio de palestras e rodas de debates, elucidar para a sociedade a importância da valorização de uma expressão artística sem limites. Para isso, é favorável convidar professores de história e sociólogos, para que contribuam para um conhecimento sólido acerca dessa situação. Dessa forma, a sociedade estará mais atenta ao que está estabelecido na Constituição e, por fim, garantir-se-á um pensamento analítico provindo dessas manifestações.