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Enviada em: 16/05/2019

O Renascimento Cultural surge logo após dez séculos de censura e “escuridão” vivenciadas pela Europa durante a Idade Média. Nesse sentido, tal movimento caracterizou-se pela ruptura de padrões e limites que eram até então firmemente impostos pela igreja. Dessa forma, as expressões artísticas da época, embora convergissem diretamente ao que o clero pregava, possibilitou a expansão de horizontes e difusão do conhecimento. Contudo, no contexto atual, nota-se que o conceito de arte tem sido por vezes, deturpado e confundido com o de libertinagem, o que denota, portanto, a necessidade, de limites que, atenuadamente, definam o desenrolar do mundo artístico.     Levando em consideração a subjetividade na qual estão mergulhados os polos artísticos, os ideais do que é ou não arte, podem variar a cada indivíduo. Por isso, diversas exposições artísticas já foram alvo de duras críticas, discussões e polêmicas por todo o Brasil. Isso pode ser exemplificado, com o debate levantada acerca da performance "Macaquinhos" que, estreou em 2011 e chocou a população com a nudez generalizada que envolvia. O mesmo ocorreu em 2017 quando, uma criança de quatro anos foi mostrada ao interagir com um artista nu. Tais eventos desencadearam sérios confrontos sobre o que seria a autenticidade da obra ou uma forma de depravação cultural. Nesse âmbito, infere-se portanto que, por mais que a arte deva ser incentivada, ela também deve preparar o público quanto ao seu conteúdo para que este, possa escolher desfrutar ou não de determinada expressão artística.    Ademais, a arte, por meio dos seus diversos veículos, foi a forma mais expressiva encontrada pelo homem para externar emoções e pensamentos. Dessa maneira, tal mecanismo foi e ainda é bastante utilizado como um recurso para obter-se voz perante determinadas situações. Isso pode ser verificado, por exemplo, quando, na Ditadura Militar brasileira, artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque e Geraldo Vandré opuseram-se ao regime repressor e à censura da época, utilizando o meio artístico poético/musical como precursor. Sendo assim, torna-se claro que havendo censura ou limites, a arte jamais deixará de se expressar. Logo, cabe ao artista mediar seu conteúdo de modo que seja aceito o seu ponto de vista sem que este, fira o de seu semelhante.    Portanto, o cenário artístico brasileiro, apesar de transcender campos palpáveis da imaginação, ne- cessita, de rédeas, não que o obstruam, mas sim, que direcionem aos caminhos nos quais possam trabalhar, sem desrespeitar ou ofender determinada cultura, grupo ou nicho etiológico. Dessa forma, os artistas devem filtrar suas obras de modo que possam, por meio de separações categóricas, explicar ao público a abordagem da performance e deixá-lo escolher interagir ou não, assim, apenas terá contato com aquela arte específica, o indivíduo que assim decidir. Mantendo o viés simbólico sem gerar demais transtornos.