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Enviada em: 06/08/2019

Em 1922, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e tantos outros artistas se encontraram, em São Paulo, no que foi o grande e inesquecível momento da história: a Semana da Arte Moderna. Nela, os pintores, escritores e intérpretes chocaram a sociedade brasileira ao apresentarem  uma nova visão da arte; uma arte surrealista e bizarra que serviu para apresentar um Brasil que ninguém antes havia conhecido, longe do tradicionalismo comum daquela época. Atualmente, em contraponto com o acontecimento de quase cem anos atrás, o país enfrenta uma onda de conservadorismo que ameaça impor limites no mundo das artes. Diante disso, alguns apontamentos se mostram necessários a fim de superar referida ameaça.       É importante destacar, primeiramente, a frase uma vez dita pelo filósofo Richard Wolheim: a arte é uma forma de vida. Portanto, como tal, o objetivo da manifestação artística é traduzir o que o ser humano não consegue expressar através do diálogo. Desde muito tempo, as pessoas procuram demonstrar seus anseios, opiniões e estilos de vida através da arte. As pinturas rupestres são o maior exemplo de que ela caminha com a humanidade e certamente permanecerá ao seu lado até o fim dos tempos.       Embora muitos não entendam as manifestações artísticas, é um dever respeitá-las. Ademais, a Constituição Federal, em seu artigo 5º, garante a liberdade de expressão artística, sendo vedada a sua censura. No entanto, em agosto de 2017, o Santander Cultural enfrentou protestos que visaram barrar a sua exposição. Segundo os críticos, ela parecia incentivar comportamentos negativos, como zoofilia, e por isso deveria ser cancelada. À vista disso, ainda que a arte não possa ser limitada, é fundamental que existam meios para regularizar a produção artística.       Logo, para auxiliar a comunidade da arte e superar casos análogos ao de 2017, é necessário que o Governo Federal, através de portarias, regulamente a situação artística atual no Brasil para que suas expressões não sejam censuradas pela sociedade, mas ao mesmo tempo que implemente uma forma de fixar uma faixa etária em cada evento. Além disso, o Ministério da Cultura, em conjunto com a mídia, deverá promover propagandas que conscientizem os indivíduos acerca das diversas nuances da arte e a sua importância para a humanidade. Assim, o Brasil não regredirá e permanecerá evoluindo artisticamente, da mesma forma que ocorreu na Semana da Arte Moderna de 1922.