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Enviada em: 19/08/2019

Sabe-se que, no Egito Antigo, a arte era um símbolo de subserviência e adoração à autoridade faraônica. Todavia, com o desenvolvimento menos centralizado que sucedeu-se, esta tornou-se a principal via de expressão e exposição humana. Hodiernamente, o Brasil fez-se cenário de questionamentos acerca dos limites da arte, tal discussão engloba fatores históricos e sociais.      Nesse viés, para o psicanalista Jaques Lacan, a arte é uma maneira de lidar com o vazio inato ao ser humano. Porquanto, visto que é uma atividade psicologicamente saudável e indispensável, em se tratando das reflexões que englobam a vida em sociedade, não deve ser censurada ou terceirizada a fim de ratificar a idealização do sistema capitalista, como infelizmente ocorre na contemporaneidade, devido à falta de senso crítico da população.      Nesse contexto, a censura da arte é, na verdade, um modo de reprimir a denúncia das mazelas sociais e manter a população alienada, para favorecer a indústria de massa e as legislações trabalhistas flexíveis. Desse modo, a imposição de limites às atividades artísticas remetem à ditadura militar brasileira e reivindicam o retrocesso ao modelo social arcaico.       Decerto, para que as interferências condenatórias na arte sejam erradicadas é indubitável a sinergia entre a população e as escolas. Para tanto, as escolas devem organizar palestras e debates, no contra-turno das aulas compulsórias, a fim de estimular a curiosidade e a criticidade dos alunados, em conjunto com a população local, para que a mudança seja abrangente. Paralelamente, a população deve buscar informações históricas sobre os contextos deletérios que envolvem a censura, por meio de leituras de obras no Domínio Público e artigos disponíveis "online", para que, assim, a criticidade seja aflorada e arte, apoiada.