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Enviada em: 30/09/2019

As vanguardas do século XX vieram como forma de rompimento e rebeldia aos rígidos padrões a que lhes eram impostos, tendo como remanescentes de tal movimento artistas como Pablo Picasso, Edvard Munch e tantos outros que com suas ideias inovadoras e de certa forma, atordoantes à época, buscavam, ao apresentarem técnicas ousadas e distantes dos ideais de beleza dissipados, expandissem os horizontes do mundo arte. Marcel Duchamp com suas apresentações empregando materiais prontos, apenas expostos em ambientes públicos, abalava os pilares sociais e abria discussões sobre os processos, os conceitos e se deve haver ou não censura dentro da arte.    Ao longo da história diversos pensadores e filósofos voltaram seus questionamentos à temas relacionados à arte e estética, buscando assim,  desvendar e apresentar um significado concreto sobre estes termos. Independentemente de representarem um consenso no meio público, as artes sempre fizeram-se presentes em todas as civilizações e eras humanas. Por ser tido como algo de grande valia à humanidade, sociedades ao redor do mundo designaram divindades representantes das manifestações artísticas a fim de render-lhes cultos e oferendas, fato que pode ser observado na civilização grega antiga e seu deus Apolo.        Diferentemente do cinema e do teatro, as exposições em museus e galerias nao contam com uma legislação que delimita restrições de faixas etárias para seus espectadores, contudo, é permitido às direções desses ambientes a formulação de proibições à certas idades com base no conteúdo a ser apresentado nas obras expostas. Analogamente à este tema, a exposição do Santander Cultural repercutiu por todo o território nacional pois, ao expor um conteúdo variado de um ampla gama de artista, setores conservadores da sociedade responsabilizaram-se por deferir intensas críticas a este movimento. Adjetivos referentes à pedofilia e à zoofilia foram dirigidos às obras, que segundo esta camada, retrocede os princípios de liberdade artística e estética presente na atual conjuntura mundial.      Indiscutivelmente, a arte utiliza-se da subjetividade e da criatividade como matéria prima de qualquer obra. Censurar uma obra apenas porque esta não corresponde aos credos de um indivíduo, tira de um próximo espectador, o fator da admiração e do apreço que poderia ser despertado. Sendo assim, faz-se necessário não apenas rever os conceitos de arte, mas também propor um refino cultural na sociedade, apresentando conhecimento para então criar mentes aptas ao julgamento. Vale ressaltar que o entendimento de um povo sobre a arte ali apresentada depende diretamente do contexto sociocultural vivenciado naquela região, não podendo assim descartar as manifestações anteriores, muito menos rejeitar apresentações que despontam por agora e que ainda são de difícil interpretação.