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Enviada em: 12/04/2018

No início do século XX, sob um contexto histórico de guerras mundiais e desastres sociais, as vanguardas europeias foram responsáveis por quebrar os paradigmas e realizar críticas mediante a arte temporal. Atualmente, o Brasil enfrenta uma delicada conjuntura no que tange à sociedade, política e economia. Sendo assim, pode-se considerar a arte como um contundente instrumento questionador e, por isso, visar o equilíbrio entre as vertentes existentes torna-se primordial.           Sob tal ótica, os movimentos artísticos desde a Idade Média consistem num exercício contínuo de transgressão às normas e paradigmas preestabelecidos. Diante disso, excita-se a subversão devido ao conformismo social, tornando o fenômeno antagônico diretamente proporcional à opressão vigente. Tal fato permite que a sociedade reflita e visualize o inconsciente coletivo, bem como novos caminhos e possibilidades para o debate da questão em pauta. Nessa instância, a arte auxilia na Educação Freiriana ao passo que contribui para a construção de indivíduos críticos e pensantes, cuja opinião encontra-se solidamente embasada.           Em contrapartida, a tendência natural da sociedade expressa-se na divisão entre os que desejam preservar a ordem social e os que buscam revolucioná-la. Posto isso, o Artigo 5° da Constituição Federal de 1988 tange na liberdade como um direito básico do cidadão, mormente a liberdade de expressão e crença. Tal fato assegura o poder decisório ideológico de ambos os grupos referidos, que igualmente divergem e contribuem para a sociedade brasileira. Contudo, pode-se atribuir à ausência do respeito mútuo, associado ao extremismo contemporâneo, os principais conflitos sociais hodiernos, que perpassam de incitação virtual a violência física, contribuindo para uma sociedade heterogênea e cada vez mais perigosa.             Infere-se, portanto, que o uso da arte como instrumento questionador deve basear-se no respeito entre as vertentes ideológicas existentes. Assim, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em parceria com a mídia, deve trabalhar para o desenvolvimento dos meios de comunicação de forma livre e independente, a fim de estruturar um sistema midiático plural e, dessa forma, solidificar a democracia brasileira, onde todos tenham voz. Ademais, a UNESCO deve, em parceria com o Ministério da Educação, implementar nas escolas atividades oficiais que exponham as crianças à diversidade artística, além de estimular o pensamento crítico e a tolerância. Dessa forma, a arte poderá avançar em seu papel revolucionário tendo o respeito como limite soberano.