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Enviada em: 15/03/2018

A arte é um meio de transcender, representar ou subverter o que está posto, desde os períodos mais remotos. Desse modo, esse é um elemento inerente ao desenvolvimento do pensamento humano, algo que afeta interesses e aspirações de todos, sobretudo das classes mais abastadas que impõem ou rompem limites de acordo com as implicações das obras. Logo, para uma sociedade mais justa, é essencial democratizar tais limites, pautando-se no bem comum.     Em primeiro lugar, é importante citar o uso da arte de forma conservadora para reafirmar concepções burguesas. Assim, vê-se o Monumento aos Bandeirantes, inaugurado no 4º centenário da cidade de São Paulo, como o uso de uma representação que ignora a carga histórica dos massacres aos indígenas, mas mesmo assim não sofre uma repressão tão organizada como a que aconteceu contra a exposição Queermuseu, financiada pelo Banco Santander. Então, nota-se que isso ocorre por conta do peso dos interesses de quem escreveu e dita a história do Brasil, os detentores dos meios de produção.     Porém, a arte com um toque de subversão marca grandes rupturas e revoluções sociais, esse é o caso da representação de Davi feita por Michelangelo, onde apesar do destino oficial ser a Igreja Católica, as raízes dela eram claramente gregas, isso significou uma desvinculação gradual da fé com a razão, ponto crucial nas revoluções científicas que viriam a seguir.      Outrossim, a arte continua sendo utilizada como um meio de libertação, e limitá-la de acordo com os interesses de quem quer conservar privilégios nada mais é do que reprimir a luta pelos direitos humanos, pela igualdade.     Urge, portanto, a necessidade de socializar a importância das representações humanas na quebra dos grilhões da sociedade. Então, o MEC deve promover rodas de conversas e projetos de extensão que contemplem tanto o ensino básico quanto o superior, e elucidem as questões relativas ao papel da arte na história do país. Os recursos a serem utilizados devem sair do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e das bolsas para iniciação à docência no ensino superior, além da iniciação científica, no caso do estudo específico da arte. Desse modo, a sociedade compreenderá a importância da arte e a sua liberdade.