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Enviada em: 19/03/2018

Limites para o subjetivo      A arte acompanha a evolução humana desde os primórdios, como os homens primitivos, que relatavam com gravuras nas paredes das cavernas, suas jornadas de caça e sobrevivência. Na contemporaneidade, no entanto, com o amplo avanço nas formas de expressão artísticas, nota-se que a mesma conquistou uma relevância social muito grande, possuindo um vasto poder em mãos. Há, por outro lado, um empasse social no que se diz respeito às restrinjas acerca das manifestações artísticas: tendo em vista o propósito da arte de elevação da condição humana e para que não exista o descontentamento moral de seus apreciadores, deve haver um limite ético.      É importante pontuar, de início, que toda pessoa tem o direito a liberdade de expressão, como consta na Magna Carta, validando assim qualquer forma de manifestação artística e suas devidas exposições. Cabe ressaltar também, que o receptor da arte em questão, na maioria dos casos, escolhe consumi-la, tendo em mãos responsabilidade por seus atos na condição da mesma não lhe agradar. Ademais, fatores como religião e outras crenças podem levar o espectador a ter uma visão distorcida da arte em seu consciente, e não da mesma que está sendo, de fato, exposta.     Outrossim, tem-se o receptor inconsciente da arte, exposto, por exemplo, em exposições públicas tais quais em shoppings, galerias, praças ou aeroportos, que de certa maneira é compelido a envolver-se em tais eventos, se sentindo por diversas vezes moralmente ofendido, caso a arte em particular seja considerada polêmica, pois não foi por sua vontade o consumo de tais manifestações. Nesse sentido, diretrizes éticas por parte do expositor foram violadas, havendo assim a necessidade de um limite para que não fira o direito de outros.     É notório, portanto, que a liberdade artística deve existir, como consta na Constituição Federal, no entanto a mesma deve também ser relativizada, para o próprio bem da democracia. A arte deve ter limites pautados no impacto que causam no receptor, este por sua vez pode ter dois sentidos; o receptor consciente de seu consumo, com plena responsabilidade de seus feitos, e o receptor inconsciente, exposto por maneira que não seja por sua escolha. Não somente, cabe aos artistas a orientação a seu público, no caso de uma exposição polêmica, por exemplo, onde cada consumidor apresentará uma reação ao que será exposto. Ademais, a arte como manifestação do humano é necessária, assim como quando afirma Nietzsche “Temos a arte para não morrer da verdade”.