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Enviada em: 21/08/2018

Liberdade ou morte!           É fato que o mundo das artes sempre possuiu um aspecto inovador e extravagante em toda a história humana. No entanto, atualmente, devido à crescente difusão de informação pelas mídias sociais, muito se discute à respeito dos limites que a dimensão artística pode estar transgredindo em temas como religiosidade e sexualidade, tanto no meio plástico quanto musical.           Segundo o artista e curador brasileiro Marcelo Dantas, a arte se baseia em um exercício contínuo da busca pela inovação e reflexão, a fim de abrir a cabeça das pessoas para o mundo. Portanto, limitações como as impostas em muitas exposições, atualmente, só refletem o que vem se repetindo a séculos, a tentativa de barrar a mudança da sociedade, por não se ter certeza sobre o futuro. Isso ocorre na semana da arte moderna em 1922, assim como ocorre na passagem para a idade contemporânea a partir da difusão dos ideais racionais de liberdade do período da Ilustração. Ou seja, devido à inovação se vive e se pensa com os padrões de hoje, mas nada impede que estes, algum dia, sejam substituídos.             Além do mundo das artes no nível plástico, muito se discute à respeito do nível musical. Temas como preconceito racial, religioso, e igualdade de gêneros são muito citados em obras de vanguarda atuais, que representam a crítica de classes oprimidas na sociedade primordialmente desigual contemporânea. O exemplo mais gritante, recentemente, é do artista Childish Gambino, com sua performance em "This Is America" o rapper expõe todas as atrocidades cometidas com negros e afrodescendentes nos Estados Unidos durante o século 20. Embora tenha sido alvo de críticas e tentativas de bloqueio, obras polêmicas e inovadoras sempre são responsáveis pelas mudanças mais cruciais na sociedade, a fim de diminuir a desigualdade e garantir os direitos das minorias.            Com base nos fatos supracitados, percebe-se hoje, uma tendência repressiva no mundo de produção cultural, o que vai de encontro com a proposta secular de inovação apresentada pelas artes no decorrer da história das civilizações. Por isso, deve-se atentar para o fato de que nem todo mundo possui a mesma interpretação das artes e que se esta não for incentivada poderá se tornar um mero instrumento de viés nulo. Desse modo, o conhecimento artístico, plástico e musical, deve ser ampliado pelos meios de educação formais, através do ensino, e aderido à grade curricular das escolas, a fim de permitir que crianças possam se expressar desde cedo e nunca se sintam limitadas por regras morais conservadoras. Só assim será viável uma sociedade totalmente desprovida de preconceitos e ilimitada intelectualmente, no futuro, permitindo  acima de tudo, a liberdade humana.