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Enviada em: 05/04/2018

A arte é uma das únicas formas do ser humano de ser livre dentro de um mundo com tantas regras. O artista pode criá-la apenas para ser bela ou pode criá-la para despertar algum sentimento em quem a vê. Não há regras e é isto que à faz ser tão especial. A arte pode ser usada como um instrumento de protesto, criticando problemas sociais e tentando desmitificar tabus que a sociedade impõe. Quando limites são criados para a arte a mente do homem é trancada em uma caixa junto com todas as outras, onde todos os pensamentos são iguais e a liberdade de expressão não existe.       A Igreja Católica, assim como outras entidades religiosas, sempre buscou o maior número de seguidores e o menor número de fiéis à outras religiões. Criada na Idade Média, a Inquisição, tribunal ligado à Igreja Católica, tinha o intuito de combater a heresia. O tribunal tentou acabar com todo tipo de material que era contra o catolicismo. Milhares de livros e quadros foram queimados e perdidos no tempo, devido ao fato de muitos serem exemplares únicos. Hoje, essas ações são consideradas retrógradas, mas será que elas desapareceram ou estão apenas mascaradas e a repressão da arte ainda é o desejo de muitos brasileiros?        Em 2017, duas exposições culturais no Brasil sofreram muitas críticas nas redes sociais por abordarem temas polêmicos, o que incomodou muitas pessoas. A exposição Queermuseu, em Porto Alegre, foi uma delas, gerando indignação entre muitos internautas. As acusações alegavam a apresentação de obras que continham zoofilia, pedofilia e blasfêmia ao catolicismo explícitas. Essas acusações eram seguidas do fato da exposição estar aberta à estudantes. Com toda essa pressão, o Santander Cultural anunciou o término precoce do projeto.       Outra exposição que sofreu do mesmo mal ocorreu no MAM (Museu de Arte Moderna) em São Paulo. Um artista se apresentou nu para uma plateia que podia interagir com o seu corpo formando diferentes formas. O que mais incomodou as pessoas foi o fato de uma criança ter interagido com o artista, com o consentimento da mãe, apesar de existir uma placa na frente da sala alertando sobre o conteúdo explícito.          O limite da arte não deve existir e medidas devem ser tomadas para a arte atingir o público à qual é destinada, acabando assim com o desconforto que algumas pessoas sentem com certo tipo de conteúdo. O Ministério da Cultura deveria criar uma regulamentação que abrangeria todas as exposições. Toda exposição teria de ser examinada antes da abertura por pessoas treinadas que determinariam uma faixa etária adequada, que deveria ser seguida à risca. A exposição também teria de disponibilizar um documento  aberto ao público com todos os conteúdos presentes nas obras.