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Enviada em: 24/03/2018

Hodiernamente, têm-se debatido sobre a imposição ou não de limites no mundo das artes. No Brasil, esse tema gerou grande polêmica após uma exposição de arte, exibida no Santander Cultural em Porto Alegre, receber diversas críticas em relação ao conteúdo exposto, considerado por muitas pessoas uma apologia à pedofilia e à zoofilia. Além disso, criticou-se o fato da exposição ter recebido crianças. No entanto, enquanto a arte não estiver ferindo os direitos humanos, sua essência de transcender os limites impostos pela sociedade devem ser perdurados, pois como disse o escritor André Malraux, "A cultura, sob todas as formas de arte, de amor e de pensamento, através dos séculos, capacitou o homem a ser menos escravizado".  Em primeiro lugar, deve-se levar em conta o fato de exposições de arte não possuírem uma classificação indicativa obrigatória. Com isso, torna-se responsabilidade dos pais ou responsáveis pelas crianças a decisão de levá-las ou não em uma exposição de arte tendo conhecimento sobre o conteúdo que será exposto.    Ademais, desde a Revolução Russa em 1917, artistas vêm revolucionando suas obras e quebrando paradigmas, afinal, esse é o objetivo da arte, tornar o homem menos escravizado. Certamente, uma obra artística que esteja ferindo os direitos humanos e que realmente incite a violência, a pedofilia ou a zoofilia deve ser censurada. Conquanto, deve-se analisar o objetivo do artista ao produzir sua obra, de modo a respeitar o propósito de sua arte.   Em síntese, pode-se concluir que algumas modificações podem ser feitas para que a arte não seja um desrespeito ao seu público, mas que seja uma reflexão sobre questões presentes no mundo contemporâneo. Para isso, o Sistema de Classificação Indicativa Brasileiro, deve propor uma faixa etária miníma para entrada em exposições de arte de acordo com sua temática. Isso impediria que muitas crianças tivessem contato com ideias que ainda não podem ser entendidas e discutidas por elas mesmas. Outra alternativa seria as escolas e universidades públicas e particulares tornarem a arte um estudo obrigatório, de forma que as crianças e jovens brasileiros cresçam com uma mente mais disposta a debater certos assuntos e a entender o escopo da arte, pois segundo Immanuel Kant, "É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade".