Enviada em: 12/05/2018

É proibido proibir     A obra Noite na Taverna de Álvares de Azevedo retrata estórias contadas sobre necrofilia, incesto, homicídios e outras situações usadas para explicar o conflito entre o eu e o mundo dos personagens. Apesar do manifestado pelo autor ser uma representação e não o real, a abordagem pode ofender valores sociais devido ao choque cultural de visões.        Segundo o filósofo Heráclito de Éfeso, tudo flui, nada persiste nem permanece o mesmo. Consoante a isso, significa dizer que as coisas, pessoas como também a arte vêm se modificando ao longo do tempo, a exemplo das Vanguardas Europeias que romperam com a percepção de arte do século XX. Visto que a mudança que afronta padrões e esbarra em preceitos morais, religiosos e políticos, se justifica pelo direito fundamental da liberdade de expressão de acordo com a Constituição Federal de 1988.       Ainda nessa análise, a exposição do Santander, por conseguinte, a do Museu de Arte Moderna vilipendiou os valores mais enraizados da terra Tupiniquim, tanto que foi repudiada por organizações liberais. Haja vista o pensamento de censura aos movimentos, são feitos sem levar em consideração a interpretação dos próprios artistas. Ainda assim, é possível compreender os princípios que a arte expressa e não os aceitar. Nesse caso, o mais importante para o bem comum é o debate no plano político devendo ser analisada e adequada em determinados referenciais.           Em suma, é necessário ressaltar a multiplicidade do país, portanto, a proibição não é o melhor caminho, já que viemos de um período que a ditadura segregou a arte, censurou e denegriu ao gosto pessoal do poder. Dessa forma, cabe as entidades envolvidas nesse viés cultural (museus, teatros, cinemas, entre outros) recomendar a faixa etária e informações sobre do que se trata a apresentação deixando livre a opção de público escolher em qual evento quer ou não ingressar. Logo, essas intervenções devem se concretizar a partir da criação de uma lei que as fiscalizem, dessa forma possa ser bem absoluto para o Estado Democrático.