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Enviada em: 30/03/2018

No século XX, o movimento modernista foi responsável por criar uma corrente artística inovadora e peculiar, a qual, na época, gerou desconforto em grande parte da população. De fato, as ideologias desse grupo impactaram as mentes por meio de estéticas distintas do padrão, visto que a principal proposta da arte é promover reflexão, contradição e quebra de paradigmas. Dessa forma, até hoje ela busca levantar esses méritos em meio à população, e normatizar níveis de liberdade para essa configuração, traz, também, limites para o pensamento humano; logo, deve-se resolver os conflitos que impedem a emancipação dos movimentos contemporâneos.         É importante citar que a mídia detém poder ideológico sob os cidadãos, sendo capaz de influenciar nas composições comportamentais deles. Dentre as manifestações do século passado, o antropofagismo foi um dos responsáveis por romper as regras da arte tradicional, através de Anita Malfatti - criticada por Monteiro Lobato (artista de alta influência da época), levando-a a uma regressão entre os nomes mais importantes da época e rendendo-lhe uma elevada devolução de obras que já haviam sido vendidas. Nesse sentido, os meios de comunicação em massa e as mídias digitais, exercem, hoje, elevada persuasão nas opiniões populares, gerando conflitos ideológicos e disseminando discursos de ódio, marcando, assim, um entrave sobre os aspectos da arte.     Além disso, cabe destacar que os fatores sócio-culturais também atuam como viés para a persistência desse fator. O sociólogo Zygmunt Bauman afirmou que o mundo vive em uma modernidade líquida marcada por características de apatia e individualismo, em que os indivíduos buscam o próprio interesse ou de um certo grupo. Dessa maneira, as pessoas respeitam e apoiam apenas as manifestações que são de seus agrados e ignoram as demais, o que corrobora a frase de Caetano Veloso, em sua música "Sampa": "é que Narciso acha feio o que não é espelho". Logo, torna-se conflitante a relação dos seres com as novas propostas elaboradas pelos artistas.         Fica claro, portanto, que medidas devem ser tomadas para que os casos de aversão expostos no século XX não se manifestem sem uma análise prévia e um entendimento dos conceitos visuais, plásticos e cênicos. Por isso, o Ministério Público, em parceria com as grandes empresas digitais, deve elaborar campanhas com vídeos explicativos que respondam dúvidas frequentes sobre a arte, para apresentar ao público cibernético e televisivo o viés reflexivo e crítico que a arte promove, mostrar que ela apresenta papel fundamental na ruptura de empecilhos discriminatórios e comportamentos sociais de oposição ao diferente. Além disso, o MEC tem que propor aulas e palestras que orientem os estudantes sobre a mesma ótica da proposta para os cidadãos. Assim, o mundo será mais democrático.